O Partido Social Democrata (PSD) considerou esta quinta-feira que os prejuízos da companhia aérea TAP traduzem a “incapacidade” do Governo para lidar com “um dos dossiês públicos mais relevantes”. O deputado Cristóvão Norte entende que as decisões do Executivo socialista sobre a TAP “têm sido em prejuízo dos portugueses” e que não há garantias de que a empresa não será “mais um sorvedor de recursos públicos”.
“Isto revela uma forma incapaz da parte do Governo de tratar dos assuntos da TAP, penalizando os contribuintes portugueses sem lhes oferecer as garantias indispensáveis para assegurar que a empresa não se tornará mais um sorvedor de recursos públicos que represente aumento de impostos e que se repercuta de forma dramática na vida dos portugueses”, defendeu, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.
Em causa estão os prejuízos da TAP, comunicados esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que ascenderam a 1.230,3 milhões de euros em 2020. O montante representa um agravamento de 1.134,6 milhões de euros face ao resultado líquido negativo obtido em 2019, que foi de -95,6 milhões de euros. Só no quarto trimestre de 2020, a TAP, S.A. apresentou um prejuízo de 529,6 milhões de euros.
Cristóvão Norte acusou o Governo de tratar o dossier da TAP de forma “leviana” e de seguir um caminho de ” incumprimento, incoerência e incapacidade”, o que demonstra “total impreparação” e que o Executivo socialista “não é capaz de tratar” de “um dos dossiers públicos mais relevantes”. “[O Governo] tem feito da TAP a sua coutada particular ao serviço dos interesses do PS, algo que se verifica desde 2016”, atirou.
“Foi opção deliberada deste Governo assumir encargos na ordem dos 3,7 milhões de euros. Portanto, aquilo que o Governo tem de garantir aos portugueses é que esse dinheiro é bem aplicado. Todas e quaisquer decisões que têm sido tomadas em relação à TAP têm sido tomadas em prejuízo dos portugueses e todos os compromissos que o Governo tem assumido em relação à TAP têm sido incumpridos”, argumentou.
O deputado social-democrata sublinhou ainda que essa situação tem causado “danos tremendos às finanças públicas” e motivado a “desconfiança dos portugueses em relação à preparação do Governo para lidar com uma matéria de tamanha importância”.
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