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Partido Os Verdes considera “falaciosos” os argumentos do Governo da Madeira para construir Estrada das Ginjas

Entre uma das justificações está a ideia de que a população de São Vicente necessita desta estrada, mas os Verdes defendem que hoje em dia bastaria recorrer à reparação e manutenção do caminho florestal atual, visto que estas necessidades correspondem a necessidades de vida rural, como a limpeza do mato e busca de material para o gado.
10 Dezembro 2021, 15h19

O Partido Ecologista os Verdes (PEV) voltou a manifestar-se contra a intervenção que irá decorrer no Caminho das Ginjas – Paul da Serra, levada a cabo pelo Governo Regional, acusando o executivo madeirense de utilizar argumentos “falaciosos” para justificar a intervenção, numa atitude de “justificar o injustificável”.

Esta intervenção consistirá na construção de uma estrada de 9,25 km entre o Sítio das Ginjas e Estanquinhos no planalto do Paul da Serra.

O partido acredita que o Caminho das Ginjas atravessa uma área de “grande sensibilidade, raridade e valor ambiental” que é a floresta da Laurissilva, classificada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e assim argumenta contra as justificações do Governo Regional, patentes no quadro da Consulta Pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), em levar a cabo a intervenção no Caminho das Ginjas.

Entre uma das justificações está a ideia de que a população de São Vicente necessita desta estrada, mas os Verdes defendem que hoje em dia bastaria recorrer à reparação e manutenção do caminho florestal atual, visto que estas necessidades correspondem a necessidades de vida rural, como a limpeza do mato e busca de material para o gado. O PEV acusa o executivo regional de negligência pelas “necessidades das populações” por fomentar um “turismo agressivo”, que considera que poderá ser agravado por uma estrada regional, visto que o atual caminho de terra batida é já frequentado por jipes e carrinhas de safaris.

Outro argumento do Governo Regional que o PEV disputa é a ideia de que a estrada irá melhorar a proteção e a segurança da floresta e das populações contra os incêndios e contra derrocadas. O PEV considera tais afirmações como “um verdadeiro insulto ao conhecimento científico” visto ser “contraditório” que a construção de uma estrada, que irá aumentar a circulação rodoviária e presença humana, poderá proteger a fauna e os habitats naturais.

O PEV sugere uma intervenção de “beneficiação do atual caminho de terra, do combate das espécies invasoras, e da reflorestação com plantação de endémicas nas zonas desprotegidas e a colocação de “portões” para restringir o acesso” ao Caminho das Ginjas, fazendo face ao argumento de que “não existe alternativas” a esta intervenção.

Por fim, o PEV lamenta a depreciação do Governo Regional da Madeira face ao conhecimento científico atual, que vai contra esta intervenção, bem como aos compromissos internacionais assumidos com a UNESCO e o Conselho da Europa.

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