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APDL fica com a gestão dos terminais ferroviários de Leixões e Guarda

Governo formalizou a gestão de infraestruturas concentrada na autoridade portuária, para que ambos os sectores estejam coordenados e possam ultrapassar “os constrangimentos de interação técnico-operacional”, motivados pela pandemia e pela crise na cadeia de abastecimento.
29 Dezembro 2021, 13h12

O Governo aprovou esta quarta-feira, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que transfere para a Administração dos Portos de Leixões e Douro (APDL) a gestão dos terminais ferroviários de Leixões e da Guarda. Assim, a APDL – que gere o porto de Leixões – passa também a estar encarregue da modalidade ferroviária no transporte de mercadorias.

A ideia é que haja uma gestão de infraestruturas concentrada na autoridade portuária, para que ambos os sectores estejam coordenados e possam ultrapassar “os constrangimentos de interação técnico-operacional, que decorrem do cenário em vigor”, motivados pela pandemia e pela crise na cadeia de abastecimento.

“O reforço da conexão com o hinterland do porto de Leixões é um fator decisivo para o crescimento da infraestrutura portuária e para o desenvolvimento social do território de influência, favorecendo a sua competitividade e a dos seus clientes”, explica o Executivo liderado por António Costa, em comunicado divulgado ao início desta tarde.

O anúncio que a oficialização do acordo estaria “por dias” foi feita pelo presidente da APDL, Nuno Araújo, a 23 de dezembro na celebração dos 700 mil TEU movimentados no Terminal de Contentores de Leixões, conforme reportou recentemente a publicação especializada “Transportes & Negócios”.

A integração na estrutura portuária é benéfica para a movimentação de contentores, segundo residente da APDL. “Um contentor que venha pela ferrovia pelo terminal da IP e que venha para a parte marítima tinha que sair, entrar na área urbana e percorrer 18 quilómetros para entrar dentro do porto de Leixões, quando esse terminal está mesmo ao lado do terminal marítimo”, lamentou Nuno Araújo, aquando do congresso da Associação dos Transitários de Portugal (APAT), que se realizou no final de outubro.

“Se o Porto de Leixões quer responder a um conjunto de empresas que não estão no litoral, estão no interior do país, próximas de Espanha ou mesmo em Espanha, temos que ter outro tipo de ferramentas”, defendeu, em declarações divulgadas pelo “Jornal de Notícias”.

A APLD também tem planos que são públicos para o terminal de Leixões, para aumentar a operação e capacidade do mesmo (+17%), responder às novas caraterísticas de procura, recuperar armadores e receber navios de até 6 mil TEU (cerca de 300 metros de comprimento, 40 metros de boca e 13,8 metros de calado). O montante de investimento previsto é de 200 milhões de euros.

A entidade liderada por Nuno Araújo acredita que a reconversão do terminal multiusos, junto ao molhe sul do porto de Leixões, permitirá a criação de um novo terminal com fundos a -15,5 metros (ZHL), uma linha de cais de 490 metros, uma área de terrapleno de apoio com 16 hectares e uma capacidade de 655 mil TEU.

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