Daniel Ek, chefe-executivo do Spotify, disse aos investidores que é “muito cedo para saber” para perceber o quanto as reações ao podcast de Joe Rogan custou aos clientes da empresa de streaming, segundo o “Financial Times”.
“Normalmente, quando tivemos controvérsias no passado, elas foram medidas em meses, não em dias”, disse Ek numa teleconferência após a divulgação dos resultados trimestrais na quarta-feira.
O Spotify gastou mais de um mil milhões de dólares a comprar empresas de podcast, estabelecendo-se rapidamente como um player na indústria. Em 2020, consolidou a sua posição ao convencer Rogan, um dos podcasters mais populares a fazer programas exclusivamente para a sua plataforma. O programa “The Joe Rogan Experience“, é o mais popular do Spotify e, em 2020, foi assinado um acordo de cem milhões de dólares (cerca de 89,6 milhões de euros) que dava à empresa de streaming direitos exclusivos do programa.
No entanto, o Spotify excluiu mais de 40 episódios de Rogan, incluindo entrevistas com o teórico da conspiração Alex Jones e o ex-editor do Breitbart Milo Yiannopoulos devido à desinformação sobre a Covid-19.
Recorde-se que artistas como Neil Young e Joni Mitchell retiraram as suas músicas do Spotify porque acreditam que o podcast de Rogan estavam a espalhar informações falsas sobre vacinas contra o coronavírus.
Além das ameaças dois artistas canadianos, juntou-se ainda James Blunt, que ao contrário de Neil Young e Joni Mitchel ameaçou lançar música nova caso o Spotify não removesse o podcast em questão.
Na sequência da saída destes artistas, a gigante do streaming de música terá perdido, de acordo com a “Variety” cerca de 2,1 mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros) entre quarta e sexta-feira da semana que passou, dias que balizam o antes e depois da polémica retirada de Neil Young e altura em que as acções da empresa caíram 6%. A mesma revista registou no entanto uma recuperação ligeira em Wall Street na sexta-feira, tendo atingido os 172,98 por ação, mas isso foi antes de Joni Mitchell anunciar que também iria remover as suas músicas da plataforma.
A controvérsia não poderia ter vindo em pior hora para o Spotify, que alertou que o crescimento de assinantes diminuiu significativamente no primeiro trimestre.
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