[weglot_switcher]

Ucrânia: negociações voltam a ser suspensas

Ao cabo de várias horas, as negociações entre a Ucrânia e a Rússia voltaram a ser suspensas. A pouca informação disponível permite inferir que os resultados são poucos mas há margem para progressão.
15 Março 2022, 22h10

As negociações entre a Ucrânia e a Rússia foram suspensas ao final da tarde desta terça-feira, com as duas partes a declararem que há muitas divergências entre as agendas, mas que há espaço para progressão. Nada de novo, portanto: tal como nas rondas anteriores, as portas não se fecham totalmente, mas estão longe de dar passagem a um qualquer entendimento que possa afigurar-se como um caminho para um cessar-fogo.

A promessa também se repete: as duas partes estão interessadas em retornar aos trabalhos, sendo certo que os analistas confirmam que, mesmo a marcar algum passo, é sempre importante que as rondas se mantenham no ativo. Se isso não suceder, dizem, a guerra rapidamente aumentará de dimensão.

Entretanto, os primeiros-ministros da República Checa, Polónia e Eslovénia reuniram-se esta noite com o presidente da Ucrânia, Vlodomyr Zelensky, em Kiev – dando mostras, entre outras coisas, de uma coragem física incomum entre a classe política.

Os três primeiros-ministros viajaram para a capital ucraniana de comboio, numa demonstração de solidariedade com a Ucrânia. O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, postou várias fotos com o primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, e o seu homólogo esloveno, Janez Jansa, em Kiev, onde “a história está a ser feita”.

“Esta guerra é o resultado de um tirano cruel a atacar civis indefesos e a bombardear cidades e hospitais na Ucrânia. Temos que parar esta tragédia no Leste o mais rápido possível. É por isso que estamos em Kiev”, disse Mateusz Morawiecki nas redes sociais.

Já Janez Jansa também nas redes sociais, afirmou que “os valores europeus estão ameaçados” e “não há país em todo o continente mais europeu do que a Ucrânia”.

O objetivo da reunião em Kiev com o presidente da Ucrânia e o seu primeiro-ministro, Denis Shmyhal, foi transmitir “o apoio inequívoco” dos 27, informou o gabinete de Morawiecki em comunicado.

Foi Varsóvia o país a lançar a iniciativa, apesar de não ter o apoio da União Europeia: o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, alertou para os riscos de segurança envolvidos na viagem, segundo fontes comunitárias em Bruxelas. É a primeira visita de líderes internacionais à cidade desde o início da ofensiva russa, há quase três semanas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.