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Tensão EUA/Irão: Embaixada norte-americana em Lisboa pede discrição aos seus cidadãos

Depois do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Soleimani, morrer na sequência de um ataque aéreo no Iraque, ordenado por Donald Trump, e de o Irão ter prometido vingança, os EUA estão a aconselhar os seus cidadãos a passarem despercebidos no estrangeiro por questões de segurança.
6 Janeiro 2020, 10h00

As relações entre os Estados Unidos e o Irão agudizaram-se nos últimos dias, sobretudo, depois da morte do general iraniano Qassem Soleimani no dia 3 de janeiro por ordem do presidente norte-americanoa, Donald Trump. Por isso, tal como está a aconteceu em outras embaixadas e consulados norte-americanos, a embaixada dos EUA em Portugal emitiu um alerta, no dia 4 de janeiro, apelando a que todos os cidadãos norte-americanos adotem uma postura mais “discreta” no estrangeiro, por questões de segurança.

Além de pedir aos seus cidadãos para não darem nas vistas e alguma circunspeção, Washington aconselha aos norte-americanos fora dos EUA que procurem estar “cientes do ambiente que os rodeia”, que “fiquem em alerta nos locais turísticos”, que revejam os seus “planos de segurança pessoal” e que tenham toda a documentação necessária para viajar “atualizada e facilmente acessível”.

“Há uma crescente tensão no Médio Oriente que pode resultar em riscos para a segurança dos cidadãos norte-americanos no estrangeiro”, lê-se no referido alerta. A embaixada dos EUA em Portugal, liderada por George E. Glass, assegura que “vai continuar a analisar a situação de segurança e vai fornecer informações adicionais conforme necessário”.

Esta situação deve-se ao receio de que a morte do general iraniano Qassem Soleimani possa espoletar sérias retaliações ou mesmo uma guerra entre o Irão e os EUA.

Na sexta-feira, 3 de janeiro, após uma ordem direta de Donald Trump, o comandante da força de elite iraniana Al-Quds, o general Soleimani morreu num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade.

No mesmo ataque morreu também o ‘número dois’ da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo, 5 de janeiro, que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

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