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Resultado da venda da GroundForce “deve ser conhecido na segunda quinzena de julho”, prevê a Swissport

“É a indicação que temos, mas obviamente que a decisão não está nas nossas mãos e aguardamos que os administradores da GroundForce e da TAP decidam”, esclareceu ao JE, em Zurique, a responsável pela estratégia do Grupo Swissport, Nadia Kaddouri.
6 Junho 2022, 16h50

A Swissport, líder mundial dos serviços de handling – a assistência em terra de aeronaves das companhias de aviação civil – aguarda o resultado na venda da participação de 50,1% da Pasogal na GroundForce, onde concorre contra a NAS, rival do Koweit, admitindo ao Jornal Económico, em Zurique, que esperam ter a comunicação da decisão sobre a GroundForce, “entre o meio e o fim de julho”, informou a responsável pela estratégia do Grupo Swissport. “É a indicação que temos, mas obviamente que a decisão não está nas nossas mãos e aguardamos que os administradores da GroundForce e da TAP decidam”, esclareceu Nadia Kaddouri.

O comentário de Nadia Kaddouri foi feito à margem dos esclarecimentos que o presidente e CEO da Swissport, Warwick Brady, prestou ao JE em Zurique, sobre o processo de negociações da GroundForce. Brady conhece bem os principais aeroportos brasileiros, além dos aeroportos de outros países da América Latina, incluindo os do México, e, de certa forma, acredita que o trafego que poderá ser captado dessas origens com destino à Europa pode utilizar um hub em Lisboa. Tal como o tráfego proveniente de África.

“Em especial, no tráfego proveniente da América Latina, mas também de África, há um considerável potencial de crescimento. Distribuir tráfego para outros hubs é sempre um fator de crescimento de atividade, seja para Amsterdão, seja para Zurique ou Paris”, refere o CEO.

No entanto, considera que o que importa para consolidar o papel de um hub é a perceção, favorável, ou desfavorável que todos temos e partilhamos enquanto passageiros e nem sempre os hubs maiores são aqueles de que os passageiros gostam mais ou os que tratam melhor algumas companhias aéreas com frotas de aeronaves menos numerosas.

“Nuns casos será mais fácil distribuir passageiros para hubs que não sejam tão grandes, do que para alguns hubs muito grandes como o de Paris. A Air France tem excelentes produtos, mas se a gestão do seu hub no aeroporto de Charles De Gaulle não é tão eficiente – por causa de todo o caos que se vive lá –, isso não ajuda muito as companhias de aviação”, explica o CEO da Swissport.

“Nós conhecemos bem a Vinci e a TAP e sabemos que há muitos aeroportos que não cooperam com a companhia ou com o seu handler. Quando isso acontece a operação é pobre. Mas quando o um aeroporto adapta as suas infraestruturas a um leque muito variado de companhias aéreas, quando isso funciona, então tudo funciona bem. Nos casos em que os aeroportos são renitentes em operar determinadas companhias, então instala-se o caos e nada funciona”, adianta Warwick Brady.

Sobre a eventual intenção da Swissport querar tornar Lisboa um hub muito competitivo para a América Latina, e de ter força suficiente, enquanto líder mundial do sector de hadling, para enfrentar o grande hub que é Madrid-Barajas, o CEO considera que esta questão dependerá sempre de “uma grande decisão política”.

O gestor considera que, antes de tudo, “um hub muito bem gerido será sempre guiado pela procura. O que for melhor e mais fácil para os passageiros e para os nossos clientes (as companhias de aviação civil) será o que vai orientar a procura, será o driving do volume do hub”, refere.

Neste enquadramento, é sabido que muitos turistas e passageiros provenientes da América Latina chegam a Lisboa e a Portugal vindos de Madrid ou de Londres, transportados pelo grupo IAG, sobretudo pela British Airways e pela Iberia.

Sobre a posição relativa de Lisboa no mercado internacional do transporte aéreo, Warwick Brady saliente que “um hub tem de estar no mapa e tem de oferecer uma boa experiência ao passageiro. Só cresce se for preferido pelas companhias aéreas e pelos passageiros. O hub de Zurique tem sido muito bem gerido, através de uma grande rede de clientes, mas com um número de conexões relativamente pequeno. No entanto, funciona muito bem e as pessoas gostam de utilizar o hub de Zurique. Acreditamos que é melhor que o de Madrid, que é um grande hub aeroportuário onde as coisas se processam de forma diferente”, comenta o CEO da Swissport.

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