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Economia portuguesa deverá contrair 0,3% em 2023, estima Allianz Trade

O estudo mantém a estimativa de um crescimento de 6,3% do produto interno bruto (PIB) de Portugal em 2022, mas revê em alta a inflação, tanto para Portugal como para a Zona Euro, que também não deverá crescer tanto como previamente antecipado pelos economistas.
21 Setembro 2022, 10h36

A economia portuguesa deverá contrair 0,3% em 2023, seguindo assim a trajetória de outras economias, estima em baixa a Allianz Trade, seguradora de crédito francesa de propriedade do grupo Allianz, depois de, em julho, antecipar que a economia nacional poderia expandir 1,7% em 2023.

O estudo, denominado ‘Lights out! Energy crisis, policy mistakes and uncertainty’, mantém a estimativa de um crescimento de 6,3% do produto interno bruto (PIB) de Portugal em 2022.

“A guerra na Ucrânia, a escalada dos preços da energia e a quebra de confiança das empresas e famílias continuam a penalizar a evolução das economias, o que levou Allianz Trade a rever também as suas estimativas para o crescimento na Zona Euro”, indica o comunicado. Os economistas “estimam a economia do euro avance 3,1% neste ano e registe uma contração de 0,8% em 2023. No início do verão, a seguradora de créditos previa que o PIB do bloco da moeda única avançasse 2,8% neste ano e 1,5% no próximo”.

“A Zona Euro entrará em recessão no próximo ano e a médio prazo as perspetivas económicas não são muito animadoras. Os preços da energia devem continuar elevados, a limitação no fornecimento de gás natural, conjugada com a incerteza geopolítica persistente e com as limitações ao nível das políticas, fazem aumentar os receios de um prolongamento da recessão em 2024. A Alemanha, que tem uma economia assente numa indústria fortemente exportadora, será uma das geografias que vai enfrentar um contexto económico desafiante”, afirma Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz.

Inflação revista em alta num cenário de abrandamento económico

Já a inflação foi revista em alta, sendo esperado que situe nos 7% neste ano e nos 4,3% em 2023. Anteriormente, a estimativa era de uma inflação de 5,6% em 2022 e de 3% no próximo ano. Extrapolando para a Zona Euro, Zona Euro, estima que termine o ano de 2022 com uma inflação de 8,3% e, para 2023, de 5,6%.

“Na Zona Euro, a inflação pode atingir o seu pico, próximo dos 10% no quarto trimestre de 2022 e manter-se acima dos 4% no último trimestre de 2023. Ainda assim, são cada vez mais os sinais de que as dificuldades nas cadeias de abastecimento mundiais, bem como, as expectativas de preços das empresas já atingiram o seu ponto mais alto à medida que a procura por bens está a enfraquecer rapidamente. Como resultado disso, acreditamos que excesso de inventário no setor transformador e na construção podem ajudar a baixar a inflação em 2023”, admite Subran, citado na nota.

Eixo franco-alemão em recessão em 2023. Espanha segue tendência

As previsões da Allianz Trade, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, apontam para que a Alemanha cresça 1,6% em 2022 e para uma contração económica de 1,3% em 2023. A França, também um importante mercado para as exportações nacionais, deverá registar um crescimento económico na ordem dos 2,5% neste ano e uma contração de 0,6% no próximo ano. Ademais, a Espanha, outro parceiro comercial importante para as empresas portuguesas, deverá ver o seu PIB avançar 4,3% em 2022 e contrair 0,3% no próximo ano.

Quanto à subida generalizada dos preços, “a Alemanha deverá ser uma das que estará a braços com uma das taxas de inflação mais elevadas: 8,5% neste ano e 6,2% em 2023. No caso da economia francesa, este indicador deverá atingir os 5,5% em 2022 e 4,3% em 2023. Já a Espanha deverá fechar este ano com uma taxa de inflação de 9% e no próximo ano atingir os 5,7%”, refere a seguradora.

Cenário diferente fora do Velho Continente

Os economistas perspetivam que a economia mundial avance 2,7% em 2022 e 1,5% em 2023, revendo em baixa as estimativas para a evolução do PIB mundial tendo em conta os efeitos da guerra na Ucrânia e a elevada taxa de inflação, que estão a ter efeitos sobre a maioria dos países.

“Já a economia norte-americana deverá crescer 1,4% em 2022 e contrair 0,7% no próximo ano. O PIB da China, a segunda economia mais forte do planeta, deverá escalar 2,9% em 2022 e 4,5% em 2023”, indica.

Quanto à inflação, à escala mundial, as previsões apontam para que a taxa de inflação neste ano seja de 7,9% e de 5,3% em 2023. “Os Estados Unidos da América, a maior economia do mundo, deverá registar uma inflação de 7,8% em 2022 e de 2,9% no próximo ano. Já a China, a segunda maior economia do mundo, deverá terminar o ano com uma subida dos preços na ordem dos 2,1% e de 2,2% no próximo ano”, esclarece o documento.

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