O Sporting CP não resistiu ao assédio por Bruno Fernandes e vendeu o médio de 25 anos (estrela e capitão da equipa) por um montante fixo de 55 milhões de euros mais 25 milhões de euros em variáveis. Do valor fixo, foram fatiadas várias parcelas direcionadas para a Sporting SAD, banca, comissões de agentes e uma mais valia da venda destinada à Sampdoria. Nos cofres da SAD dos ‘leões’ vão ficar 34,13 milhões de euros mas a questão que se coloca passa pela forma como o Sporting vai dar uso a essa verba. Na última edição do “Jogo Económico”, os comentadores do programa refletiram sobre esta transferência e concordam num aspeto: a venda de Bruno Fernandes representa um enorme desafio de gestão para Frederico Varandas numa altura em que esta direção poderá estar mais fragilizada. O economista e ex-futebolista Diogo Luís acredita que não vai ser fácil ao Sporting contratar bons jogadores no mercado de inverno e que o grande desafio da estrutura liderada por Frederico Varandas passa por “potenciar a qualidade dos jogadores que já estão no plantel e para ir buscar atletas de qualidade a um custo mais baixo”. No entender do consultor e advogado Luís Miguel Henrique, esta direção “tinha que passar aos seus credores e aos seus parceiros financeiros que tem capacidade para continuar a cumprir com o serviço da dívida. É isso que Frederico Varandas e Francisco Salgado Zenha têm que pensar em primeiro lugar e o mercado financeiro começa a receber boas indicações do lado do Sporting”. Dos 55 milhões de euros, 10,77 milhões euros vão diretamente para as instituições financeiras. Para o comentador, dificilmente o valor que vai ser canalizado para a SAD servirá para investimento na equipa de futebol. Já o jornalista João Marcelino está crente de que o que vai ser testado com esta verba será “se o Sporting consegue comprar bem e consegue ir ao mercado com eficácia”.
“Venda era inevitável”
João Marcelino, Luís Miguel Henrique e Diogo Luís concordam também que a venda de Bruno Fernandes para o Manchester United acabou por ser uma grande operação para a direção do Sporting. O jornalista apelida a transação como “um grande negócio” e recorda: “É preciso não esquecer que a Liga portuguesa passa a liderar os valores de transferência em duas janelas de mercado consecutivas: João Félix no período de verão e Bruno Fernandes no mercado de inverno”. Para João Marcelino, “o Sporting teria que entrar numa nova era e quanto mais cedo entrasse nesse novo ciclo, melhor”. O consultor e advogado apelida a venda de inevitável e “importante quer do ponto de vista financeiro quer do ponto de vista político”, para além de ser uma “oportunidade para Varandas comprovar que percebe de balneário”. O economista e ex-futebolista destacou o facto de “muitas vezes quando saem os craques, as equipas unem-se mais”. No entanto, Diogo Luís vê um problema: “o plantel do Sporting já não tem muita qualidade e sem Bruno Fernandes a equipa pode bloquear porque fica sem referências”.
Fatura de 119,5 milhões
Com esta venda de Bruno Fernandes, os ‘red devils’ elevam acima dos 100 milhões de euros as compras de jogadores ao Sporting CP.
Assim, e com a confirmação desta transação, a venda de jogadores do Sporting CP ao Manchester United fixa-se nos 119,5 milhões de euros com possibilidades de chegar aos 144,5 milhões de euros, caso o valor em variáveis seja atingido.
Tudo começou com Ronaldo
Em agosto de 2003, e após o jogo de inauguração do Alvalade XXI, em que Cristiano Ronaldo exibiu-se a grande nível, Alex Ferguson não resistiu aos apelos dos seus próprios jogadores e levou-o para Old Trafford por 19 milhões de euros. A história de Ronaldo em Manchester foi feita de muitos golos e uma transferência de 100 milhões de euros para o Real Madrid. Deliciados com a experiência, os ‘red devils’ voltaram a atacar em Alvalade e quatro anos depois, em julho de 2007, a estrela do Sporting CP, Nani, rumou a Manchester a troco de 25,5 milhões de euros. Foi necessário esperar sete anos para ver nova investida dos ‘red devils’ em Alvalade: o defesa argentino Marco Rojo rumou a Inglaterra em agosto de 2014 por 20 milhões de euros.
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