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Barnier garante que “não vai haver equivalência globais para o Reino Unido nos serviços financeiros”

Negociador para o Brexit assegura que “dada a importância que se reveste a City vamos ter que encontrar alguma modalidade”, mas que não haverá negociações para equivalência dos serviços financeiros.
União Europeia
11 Fevereiro 2020, 11h32

O negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, esclareceu que não haverá equivalência globais dos serviços financeiros para o Reino Unido. Assegurou ainda que se as partes não chegarem a um acordo sobre o comércio até dia 31 de dezembro, os Estados-Membros passarão a “fazer uma fiscalização” de todos os produtos britânicos.

“Não vai haver negociações para os serviços financeiros”, disse Michel Barnier, num debate na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, esta terça-feira. No entanto, acrescentou que “dada a importância que se reveste a City vamos ter que encontrar alguma modalidade”.

Aos deputados do Parlamento, Michel Barnier realçou que “não deve haver ilusões, não vai haver equivalências gerais globais para o Reino Unido nos serviços financeiros. Vamos manter o domínio destas ferramentas, mantendo a autonomia”.

“Temos decisões de adequação, não vamos negociar [sobre os serviços financeiros], vamos verificar a coerência e sempre que possível encontrar equivalências como fizemos com o Canadá, como fazemos com os Estados Unidos e o Japão. Dá resultado e não há razão para não resultar com o Reino Unido”, frisou.

Defendeu ainda que a União Europeia “sempre respeitou a escolha do Reino Unido”, mas que os britânicos deverão agora esclarecer se querem também “afastar-se do nosso [da União Europeia] modelo económico e social”. “Cabe ao Reino Unido fixar o nível de ambição destas áreas. Determinar também o nível de coerência e regulamentar. Esta é a resposta que aguardamos e deverá ser bem pensada”, acrescentou.

“O Brexit não pode ser como se nunca tivesse acontecido. Acarreta mudanças em todas as frentes. Algumas mudanças mais temporárias, mas deixa de haver muitos privelégios”, sublinhou, explicando que se não tiver sido alcançado um acordo a 1 de janeiro passará a haver uma “fiscalização para todos os produtos do Reino Unido tal como existe para todos os países de todo o mundo”.

“Não vamos fazer como se nada tivesse acontecido. Vamos trabalhar para que seja um bom acordo”, disse, ainda que tenha advertido que “estas negociações vão ser muito difíceis” e “devemos estar preparados para o que der e vier, caso não consigamos um acordo básico até 31 de dezembro”.

O Parlamento Europeu está a debater esta terça-feira a futura parceria entre a União Europeia e o Reino Unido, que antecede a votação agendada para amanhã de um resolução que define a posição da Assembleia, com base nas diretrizes da Comissão Europeia, divulgadas a 3 de fevereiro.

Estas diretrizes de negociação têm que ser aprovadas pelos países no Conselho e abrangem a cooperação comercial e económica, a cooperação judicial e policial, política externa, segurança e defesa e a participação nos programas da União Europeia. O Conselho deverá adotar as diretrizes de negociação a 25 de fevereiro, permitindo a Comissão avançar com as negociações com o Reino Unido no início de março.

*A jornalista viajou a convite do Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal

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