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Perdões de dívida pelo Novo Banco? “É sinal de que o Novo Banco não está a ter uma atitude incorrecta”, diz Máximo dos Santos

O presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, disse que está em causa uma prática corrente no resto da banca portuguesa e referiu que o valor contabilístico dos ativos abrangidos pelo mecanismo de capitalização contingente era de 7.928 milhões de euros em 2016, valor esse que se situa agora em 1.113 milhões. 
26 Fevereiro 2020, 11h09

Luís Máximo dos Santos, presidente do Fundo de Resolução (FdR), considera que o Novo Banco está a agir conforme as práticas do setor bancário no que diz respeito aos perdões de dívida.

Questionado esta manhã na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) por Duarte Alves, deputado do PCP, sobre alguns perdões de dívida a algumas empresas, como a Malo Clinic, ou a Varandas de Sousa, conhecido como “rei dos cogumelos”, Luís Máximo dos Santos explicou que “todo o sistema bancário em determinadas circunstâncias avalia a situação dos seus devedores e pode entender que a entidade não entre num processo de insolvência em que as perdas poderão ser muito maiores”.

“Se nós verificamos que os outros bancos se estão a comportar da mesma forma, é sinal de que o Novo Banco não está a ter uma atitude incorreta. É uma realidade que não está, nem de perto, nem de longe, circunscrita à atuação do Novo Banco”, frisou.

Luís Máximo dos Santos está a ser ouvido, esta quarta-feira, sobre uma nova injeção de capital no Novo Banco, no âmbito de uma audição, com carácter de urgência, da Comissão de Orçamento e Finanças (COF), que foi aprovada por unanimidade pelos deputados, em dezembro, na sequência de um requerimento apresentado por Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda (BE).

O presidente do FdR referiu ainda que, quando em 2016 – ano de referência para o mecanismo de capitalização contingente (CCA) que compensa as perdas que o Novo Banco registe com determinados ativos – o valor contabilístico dos ativos era de 7.928 milhões de euros, valor esse que se situa agora em 1.113 milhões.

“Houve uma redução de 60% [do valor contabilístico dos ativos abrangidos pelo CCA]. Não é só pelo reconhecimento de perdas adicionais, mas houve efetivamente recuperação de valores”, disse.

Luís Máximo dos Santos salientou que foram recuperados 3.924 milhões de créditos recuperados através “através da cobrança de crédito, execução de garantias e próprias vendas em si”.

“A ideia de que tudo está a ser negligenciado porque há este mecanismo que tem de ser sopesada atentos aos números reais que efetivamente existem, e por isso é que a carteira também estado a diminuir da maneira”, concluiu.

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