Todas as sondagens indicam que a presidência dos Estados Unidos será disputada a 3 de novembro por dois cavalheiros que em comum só têm o facto de serem septuagenários: um multimilionário tão conhecido por um reality show quanto pelos empreendimentos imobiliários, populista e de comportamento errático deverá enfrentar um senador que é um intelectual assumidamente socialista, arauto de um sistema de saúde pública que exclui alternativas privadas e que ao longo dos anos mantém o hábito de ver o lado positivo de regimes como o soviético ou o cubano. Como disse Pete Buttigieg, após participar no debate que opõs, num registo assaz beligerante, os principais candidatos democratas na noite de terça-feira: “Se acharam os últimos quatro anos caóticos, divisivos e extenuantes, imaginem passar a maior parte de 2020 numa disputa entre Bernie Sanders e Donald Trump.”
Estando a recandidatura de Donald Trump praticamente garantida, ainda que alguns pesos-pluma políticos se tenham vindo a apresentar nas primárias republicanas, a “superterça-feira” da próxima semana, 3 de março, tem tudo para ser decisiva para o Partido Democrata, com as últimas sondagens a indicarem um grande avanço do senador Bernie Sanders, cujo confronto direto com o atual ocupante da Casa Branca foi adiado há quatro anos devido ao triunfo de Hillary Clinton nas primárias democratas de 2016.
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