[weglot_switcher]

Covid-19: Indústria farmacêutica e Ordem dos Médicos recomendam adiamento de eventos fora do país

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e a Ordem dos Médicos recomendam aos seus associados que procedam ao adiamento de conferências, congressos, seminários, simpósios que tenham agendados. Apelo surge numa altura em que Bruxelas e a OMS elevaram o nível de risco de contágio Covid-19 e os primeiros dois casos confirmados do novo coronavírus em Portugal.
Foto cedida
2 Março 2020, 16h43

Com o aumento de números de casos do novo coronavírus na Europa e os primeiros dois casos confirmados em Portugal, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) e a Ordem dos Médicos recomendam aos seus associados que procedam ao adiamento dos eventos que tenham agendados, como conferências, congressos, seminários, simpósios.

“Atendendo ao impacto do COVID-19 a nível mundial, e às situações de doença ocorridas na Europa, e confirmadas hoje também em Portugal, a Ordem dos Médicos e a Apifarma– Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, recomendam aos seus associados que, sempre que possível, procedam ao adiamento dos eventos que tenham agendados, como conferências, congressos, seminários, simpósios”, revelam a Apifarma e a Ordem dos Médicos em comunicado conjunto.

O apelo da Apifarma e da Ordem dos Médicos para o adiamento de eventos científicos, junta-se agora à lista de adiamentos de eventos desportivos, semanas de moda, salões de automóveis, mobiliário e imobiliário, congressos de tecnologia e até eventos políticos estão a ser cancelados, adiados ou condicionados.

Além dos eventos que já foram cancelados ou adiados, há ainda outros que continuam agendados, mas em que persistem dúvidas de que venham a acontecer, como os Jogos Olímpicos de Tóquio ou o Campeonato Europeu de Futebol.

Segundo a Apifarma e a Ordem dos Médicos, esta medida preventiva deverá manter-se enquanto os riscos para a saúde pública se mantiverem nos actuais níveis.

Recorde-se que nesta segunda-feira, 2 de março, a União Europeia eleva risco de contágio Covid-19 de moderado para elevado.

Também na quinta-feira passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reavaliou risco e contágio do novo coranavírus e elevou-o para “muito alto”. A justificação para alterar o nível de ameaça é o aumento contínuo de países afetados que o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, considerou a 28 de fevereiro “muito preocupante”.

O vírus já infetou cerca de 79.000 pessoas na China e mais de 5.000 no resto do mundo e espalhou-se por mais de 50 países. Portugal regista  agora dois casos positivos ao covid-19.

“Aumentamos a nossa avaliação do risco de propagação e do impacto do covid-19 para um nível muito alto em todo o mundo”, disse o diretor-geral da OMS, em conferência de imprensa. No entanto, fez questão de frisar que “ainda não há evidências de que o vírus esteja a espalhar-se livremente. Enquanto for esse o caso, ainda temos possibilidade de contê-lo”.

“A chave para conter o vírus é quebrar a cadeia de transmissão”, acrescentou, enfatizando a importância de cada um tomar precauções para impedir o contágio. Tedros Adhanom Ghebreyesus referiu também que estão a ser desenvolvidas 20 vacinas, ao mesmo tempo que se realizam diversos ensaios clínicos cujos resultados preliminares são esperados dentro de “algumas semanas”.

A OMS estimou recentemente que não deverá ser possível dispor de uma vacina eficaz contra o covid-19 antes de ano e meio – os testes em humanos de uma primeira vacina experimental deverão, contudo, começar já em abril, nos Estados Unidos.

O coronavírus – que surgiu na província chinesa de Hubei – já infetou quase 84 mil pessoas em todo o mundo e fez 2.867 vítimas mortais. Na Europa, a situação o mais preocupante é a Itália, que registou 17 mortes e 655 doentes, é o quarto país do mundo com mais casos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.