O impacto do coronavírus na indústria da aviação está a fazer sentir-se de forma rígida nos voos de, para e dentro da China.
De acordo com um estudo da consultora especializada OAG Schedules Analyser, a que o Jornal Económico teve acesso, desde o início de fevereiro e até ao final de junho deste ano, até ao momento, foram já anunciados cortes de 162 milhões de lugares disponíveis para os passageiros nos voos internos na china, e de e para este país, em comparação com os valores registados no período homólogo de 2019.
Este é o balanço feiro neste momento, mas se o vírus continuar a desenvolver-se, quer na China, quer noutras regiões do globo, o impacto negativo poderá vir a agravar-se ainda mais.
Só no mercado interno chinês, a quebra de 38%, equivale já a uma redução de 134,5 milhões de lugares disponibilizados pelas diferentes companhias aéreas a operar.
Em termos absolutos, a região que está a registar mais perdas neste domínio são os outros destinos asiáticos que mantêm rotas aéreas de e para a China, com uma quebra de mais de 20 milhões de lugares (-30%) entre fevereiro e junho de 2020 face ao período homólogo.
As rotas entre a China e a Europa sofreram um recuo de 8,4 milhões de lugares disponibilizados (-25%), enquanto as rotas entre a América do Norte registaram um recuo de 6,3 milhões de lugares disponibilizados (-40%).
Por seu turno, as rotas entre a China e a Australásia (Austrália, Nova Zelândia, Timor-Leste e algumas ilhas menores da parte oriental da Indonésia) sofreram um revés de cerca de 2,7 milhões de lugares disponibilizados (-52%), enquanto o corte foi de cerca de 2,5 milhões de lugares disponibilizados nas rotas entre a China e o Médio Oriente.
Nas rotas aéreas entre a a China e a África sentiu-se já uma quebra de 807 mil lugares disponibilizados (-11%) no período entre fevereiro e junho de 2020 face ao período homólogo, ao passo que nas rotas entre a China e a América Latina a perda foi de 187 mil lugares (-69%).
Desta forma,a quebra de lugares em aviões disponibilizados nas rotas internacionais de e para a China entre fevereiro e junho deste ano face ao período homólogo do ano passado foi de cerca de 27 milhões de lugares.
Num total de 82 países, as rotas aéreas a partir da China registaram um corte médio de lugares devido ao coronavírus na ordem dos 333 mil assentos por país.
A Tailândia é o país mais afetado por este corte, com menos cerca de 2,6 milhões de lugares, não só em voos da China para Banguecoque, mas também para as estâncias balneares. Por exemplo, Phuket, foi o sexto aeroporto mais afetado a nível global por este corte de lugares disponibilizados pelas companhias aéreas de e a partir da China, com o recuo a representar já menos 843 mil lugares.
Por seu turno, o Vietname, que também figura no ‘top ten’ dos países mais afetados por esta quebra de lugares disponibilizados de e para a China, registou um recuo de oferta disponível para o local turístico de Nha Trang equivalente amais de metade das quebras totais para o país.
O Vietname é o 7º país mais afetado por este fenómeno gerado pelo coronavírus, com uma quebra de 753 mil lugares de avião disponibilizados de e para a China.
Numa base percentual, os países mais afetados por esta quebra são, neste momento, a Austrália (-56%), Vietname (-48%), Taiwan (-45%) e os Estados Unidos (-42%).
Mas também Hong Kong (-3,1 milhões de lugares disponibilizados), Coreia do Sul (-1,97 milhões de lugares), Japão (-1,25 milhões de lugares) e a Malásia (-920 mil lugares) foram afetados pela redução de lugares disponibilizados nos aviões nas rotas de e para a China no período entre fevereiro e junho deste ano face ao período homólogo do ano passado.
Portugal a subir, entre as exceções
Apenas 11 países de entre os 82 com que a china mantém rotas aéreas regulares, registaram uma aumento da forte de lugares no período em apreço.
E Portugal está entre eles, com mais 50 mil assentos disponibilizados face ao período homólogo de 2019, de acordo com este estudo da consultora especializada OAG Schedules Analyser.
Esta subida deriva do início da rota entre Lisboa, Pequim e Xian, operada pela Beijing Capital Airlines.
Hungria (mais 34 mil lugares), Marrocos (mais 33 mil lugares), Ruanda (mais 24 mil lugares) são os outros países que mais cresceram na oferta de lugares de avião nas rotas de e para a China no período entre fevereiro e junho deste ano, em comparação com o período homólogo do ano passado.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com