O português Adriano Maranhão que esteve a bordo do cruzeiro Diamond Princess, tendo estado mais três semanas em quarentena e internado num hospital do Japão, chegou ao final da manhã desta terça-feira, 10 de março. “Sinto-me feliz, estou contente por ter regressado o mais rápido possível, mas não foi fácil”, afirmou no auditório do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, onde foi recebido pela secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
O português deixou críticas pela forma como foi tratado pela companhia do navio. “Meteram-me dentro de um quarto, acho que a companhia podia ter feito mais alguma coisa. Não me senti abandonado pela família ou pelo Governo português, mas pela própria companhia ou os médicos que podiam ter acompanhado a situação dia e adia e não o fizeram”.
Adriano Maranhão afirmou que “no primeiro dia não podemos atracar o navio e ficamos ao largo da baía. Quem entrou no navio foram só médicos e enfermeiros que decretaram que os passageiros do navio iam ficar quinze dias em quarentena”.
Sobre os tratamento a que foi sujeito, Adriano Maranhão referiu que “não me deram medicamentos, a única coisa que me deram foi um paracetamol no dia em que me queixei que a temperatura estava a subir aos 37.7º e que no fim desse dia me foi retirado pelo médico das autoridades japonesas”. Situação que se repetiu aquando da sua transferência para o hospital. “Não recebi tratamento nenhum, apenas fiquei em observação”.
O português explicou que “o primeiro teste que fez para a confirmação do Covid-19 “deu positivo e que foi ainda feito no navio”, acrescentando que “nessa altura deram-me ordem de isolamento. Tenho o certificado do primeiro teste que deu positivo, que me foi dado pelo médico do hospital”.
Já no hospital Adriano Maranhão salientou que fez mais dois testes que deram negativos. “O que me disseram foi que podia ter o vírus há mais tempo e que o meu corpo já estava a expulsá-lo. Foi a única explicação que me deram para ter testado positivo no navio e depois negativo no hospital”, frisou.
Questionado sobre se pensa regressar para trabalhar no navio, o português disse que vai ter dois meses para pensar. “A companhia pagou-nos dois meses extra para ficarmos em casa e pensarmos se queremos ou não voltar”, concluiu.
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