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André Ventura diz que só deixará liderança do Chega quando partido for maioritário no Alentejo e Interior do país

O líder do Chega, André Ventura, defende que a direita para se afirmar deve entrar “com toda a força” nos terrenos e campos de batalha da esquerda e deve assumir-se “sem rodeios” e sem medo de ferir suscetibilidades. 
Mário Cruz/Lusa
11 Março 2020, 14h12

O líder do Chega, André Ventura, afirmou esta quarta-feira que não vai deixar a liderança do partido enquanto as regiões do Alentejo, Ribatejo e do Interior do país não forem maioritariamente do Chega. André Ventura defende que a direita para se afirmar deve entrar “com toda a força” nos terrenos e campos de batalha da esquerda e deve assumir-se “sem rodeios” e sem medo de ferir suscetibilidades.

“Não sairei de líder do Chega enquanto o Alentejo, Ribatejo e o interior norte do país não sejam um largo manto do Chega. O PCP vai ficar tão reduzido, que quando olhar para trás nem vai perceber o que aconteceu. Há-de pensar: que estucada que levámos”, defendeu André Ventura, no segundo dia da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), na Culturgest, em Lisboa.

André Ventura disse estar convicto de que isso “vai acontecer” e sublinha que “a verdadeira direita é aquela que contribui para o país com aquilo que ela mais precisa”. O presidente do Chega entende que a direita só voltará a ser Governo se conseguir agarrar “com pragmatismo” – tal como diz ter aprendido do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho – algumas das bandeiras geralmente associadas aos partidos da esquerda, se não, a direita está condenada a regressar ao poder apenas quando houver uma nova crise económica.

“Só voltaremos a ter um governo de direita se entrarmos nos terrenos que são o campo de batalha da esquerda e da extrema-esquerda e nós podemos vencer”, sublinhou André Ventura. “Nós não podemos aceitar, e o Chega nunca aceitará, fazer parte de uma solução que não traga alguns dos problemas que temos referido [como a castração química] para a discussão parlamentar, com medo de ofender a esquerda ou os mais sensíveis”.

O antigo social-democrata disse que é tempo de começar a “redefinir os limites” do ‘politicamente correto’ porque o ‘politicamente correto’ levou ao crescimento da esquerda nas franjas do eleitorado. “Passámos tempo de mais com medo de ferir suscetibilidades, com medo de ferir o artigozinho a ou b da Constituição, passámos tempo de mais com medo de ferir tudo o que era politicamente correto. É tempo de mudar isso”, instou.

Para André Ventura, coligações eleitorais não são uma prioridade mas também não as nega. Disse ainda que, se o PSD voltar a ser o partido mais votado nas próximas eleições, o Chega e o Iniciativa Liberal não devem “servirem de muletas” aos social-democratas e estabelecer “linhas vermelhas”.

André Ventura mostrou-se ainda confiante de que “o discurso do Chega pode ser o discurso da direita mobilizadora”.

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