As ações da Jerónimo Martins (+1,96%) e da holandesa Ahold (+1.11%) são exceções às quedas europeias. Isto num dia em que o pânico provocado pelas consequências da pandemia do Covid-19 provocam quedas expressivas nos mercados de ações e fazem disparar o risco das dívidas soberanas.
Em território nacional Jerónimo Martins fechou em alta no PSI-20, “depois da nota de que a Polónia deve suspender a proibição comercial de domingo após o surto”, segundo a análise da Mtrader.
Apesar do Retalho na Europa estar em alta, a Sonae, dona do Continente, perdeu -5,34% para 0,5500 euros (e Sonae Capital ainda caiu mais, -9,51%.
O PSI-20 fechou a cair -4,36% para 3.670,03 pontos. Tirando as ações da Jerónimo Martins e as ações da Mota-Engil (que subiram +0,18% para 1,085 euros), todas as ações do índice caem a pique. Destaque para a Semapa que resvala -10,06% para 8,14 euros.
A Ibersol (do setor da restauração que é um dos mais afectados com as medidas de estado de emergência que podem ser implementadas) caiu -22,74% para 4,79 euros.
Depois temos o BCP que tomba -9,62% para 0,1015 euros; a Corticeira Amorim que recua -8,31% para 7,83 euros.
Os CTT que apresentaram lucros a subirem 35,8% para 29 milhões com a ajuda da 321 Crédito, fecharam a cair -4,20% para 1,85 euros.
A EDP Renováveis tombou -4,91% para 9,87 euros e a EDP caiu -4,42% para 3,39 euros. A REN também em forte descida de -7,82% para 2,005 euros; a NOS perdeu -4,12% para 2,79 euros; a Ramada que se prepara para deixar o índice caiu -7,78%; a Galp recuou -3,59% para 8,26 euros. A Navigator perdeu -5,98% para 1,95 euros.
Fora do PSI-20, a Cofina que se prepara para enfrentar uma ação judicial movida pela Prisa, por causa da compra abortada da Media Capital, caiu em bolsa -17,54% para 0,2350 euros.
Ao nível empresarial, a Altri apresentou na 6ª feira os seus resultados relativos ao 4º trimestre de 2019. Os lucros derraparam 48% para os 100,8 milhões em 2019.
“Desta vez, os piores performers do índice foram algumas small caps, como a Ibersol e a Sonae Capital. Em parte, as quedas mais acentuadas destes títulos poderão ser explicadas pela sua menor liquidez, que agudiza os movimentos descendentes”, diz por sua vez o comentário do BPI.
A envolvente externa foi a variável que determinou o curso da bolsa nacional.
As bolsas europeias fecham em queda expressiva, depois da Fed ter feito mais um corte extraordinário nas taxas de juro, desta feita para zero, e anunciado um pacote de estímulos.
O setor bancário da Zona Euro no conjunto tombou mais de 12%. O que explica a queda do BCP.
A pressão vendedora atingiu a quase totalidade dos títulos. O EuroStoxx 50 fechou nos 2.434 pontos (-5,85%). Nas principais praças o descalabro foi total. O IBEXc35 fechou nos 6.103 pontos (-7,94%); o Dax fechou nos 8.746 pontis (-5,26%) e o CAC 40 de Paris fechou nos 3.881 pontos (-5,75%).
Em Londres onde Boris Johnson defende a teoria da imunidade de grupo (herd immunity) e apenas decretou quarentena obrigatória no domicílio aos maiores de 70 anos, para deixar a economia funcionar, o FTSE 100 caiu -4,01% para 5.151,08 pontos.
Em Milão, epicentro do coronavírus na Europa, a bolsa caiu -6,10% para 14.980,3 pontos.
“O nervosismo e a incerteza dominaram o sentimento dos investidores, o que se traduziu numa volatilidade e em movimentos bruscos das cotações. Os mercados europeus viveram mais uma sessão intensa”, diz o analista do BPI.
“Adicionalmente, não é de excluir que estas medidas tão extremas dos Bancos Centrais não transmitam, entre alguns investidores, um sentimento de que a emergência é maior do que a perceção do mercado”, adianta o mesmo analista no seu comentário de fecho.
Neste ambiente incerto, as obrigações de Estado dos países com melhor rating atraíram compradores, enquanto que a dívida de países com um menor rating (como Portugal) sofreram alguma pressão vendedora.
Em Nova Iorque Wall Street interrompeu negociação por 15 minutos após perda de mais de 7% do S&P 500.
O petróleo continua a tombar fortemente nos mercados internacionais. O Brent, referência na Europa, caiu -11,43% para 29,98 dólares e o crude nos EUA desce -7,91% para 29,22 dólares.
O euro ganha 0,59% para 1,1161 dólares.
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