O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse neste sábado que a banca portuguesa “tem de entrar na corrida contra o relógio” para garantir linhas de crédito às empresas, pois a economia precisa de liquidez para permitir a recuperação da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e garantir a manutenção dos postos de trabalho e dos rendimentos das famílias. “Um dia mais tarde é pior do que um dia mais cedo, tal como uma semana mais tarde é pior do que uma semana mais cedo”, disse o Chefe de Estado durante uma visita a uma exploração agrícola em Vila Franca de Xira, realizada para mostrar “que uma parte do país está a produzir alimentos fundamentais para o resto do país continuar a viver”.
Referindo-se à videoconferência que vai fazer na segunda-feira com os presidentes dos cinco maiores bancos de Portugal, o Chefe de Estado recordou o esforço dos contribuintes para viabilizar o setor financeiro. “Sabendo que a banca está estabilizada, é chegada a ocasião de retribuir aos portugueses aquilo que fizeram”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que pretende ouvir dos responsáveis da banca soluções “para que o dinheiro chegue ao terreno” com a maior rapidez, visto que os “processos bancários às vezes são demorados e difíceis”.
Apesar de reconhecer que “é muito popular bater na banca” – sem deixar claro se estava a fazer uma referência à intervenção de Rui Rio na Assembleia da República em que o líder do PSD disse que “seria uma vergonha e uma ingratidão para com os portugueses” se a banca apresentar lucros neste e no próximo exercícios ou à mais recente iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda – Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu mérito aos responsáveis do setor financeiro por terem dado a volta à situação entre 2016 e 2020.
Sem “entrar em pormenores” quanto aos limites aos spreads dos empréstimos ou à obtenção de lucros, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou de afirmar que a decisão já tomada por alguns bancos de não distribuírem dividendos aos acionistas, “muitos deles estrangeiros” – enumerou os norte-americanos, chineses e espanhóis, reconhecendo que também há alguns portugueses -, é “obviamente uma decisão muito sensata”.
Quanto ao reinício das aulas, nomeadamente dos alunos do Ensino Secundário, o Presidente da República condicionou-a à evolução da pandemia. “É uma decisão que o Governo vai tomar com ponderação e rigor”, apontando para que no final do mês de abril esteja tudo pronto para apurar se há condições que fazer regressar centenas de milhar de estudantes, professores e outros profissionais de ensino ao contacto social.
Confiante de que até meados de abril Portugal assistirá à estabilização na lenta descida de infetados da pandemia, com um número de internados “não superior a mil” e um “número contido” de ventilados nos cuidados intensivos, Marcelo Rebelo de Sousa não se comprometeu com qualquer data.
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