A economia portuguesa deverá crescer entre 3,5% e 4,5% ainda este ano se a situação epidemiológica do país se mantiver controlada, de acordo com as estimativas dos economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG), divulgadas esta sexta-feira.
Os especialistas anteveem, numa primeira análise, que o crescimento homólogo do produto interno bruto português (PIB) no segundo trimestre se deverá situar entre os 10% a 15%. “Como seria de esperar, dados os efeitos base, os primeiros dados relativos ao segundo trimestre caraterizam-se por apresentarem variações homólogas altamente positivas”, aponta a síntese de conjuntura de abril.
No primeiro trimestre deste ano, o PIB português caiu 5,4% em volume, comparativamente aos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020, e 3,3% em relação ao trimestre anterior (quarto de 2020), segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Na análise, que envolve indicadores como confiança e clima económico, produção industrial, volume de negócios nos serviços ou comércio a retalho, os técnicos recordam que essas percentagens de contração foram consequência do agravamento da crise sanitária e do confinamento geral imposto, que acabaram por ser “mais negativos” do que os registados na média da zona euro.
“Em abril, tal como em março, com os progressos reais ou esperados para breve de controlo da crise sanitária, assistiu-se a uma notável recuperação da confiança nos países da União Europeia, tendo o indicador de sentimento económico para a área do euro subido para valores claramente acima da sua média histórica. Em Portugal, a recuperação da confiança foi semelhante, ainda que um pouco menos expansiva do que na média”, concluem.
A faculdade de economia refere que, a partir do segundo trimestre – se a pandemia continuar sob controlo – espera que o PIB regresse a um crescimento “mais regular e sustentado”.
“Admite-se que a resposta da economia será, inicialmente, relativamente rápida e robusta, mas, entre os principais setores da economia portuguesa, a evolução do sector turístico aparenta maior incerteza, podendo a sua recuperação ser mais lenta do que noutros setores, sobretudo tendo em conta os níveis pré-crise”, conclui.
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