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Governo defende Organização Mundial de Saúde depois de ataque de Trump

O executivo português posicionou-se ao lado da OMS depois de Donald Trump anunciar que os EUA vão suspender a sua contribuição anual para a organização, que oscila entre os 364 e os 455 milhões de euros.
Cristina Bernardo
15 Abril 2020, 15h35

O Governo português posicionou-se ao lado da Organização Mundial de saúde (OMS) esta quarta-feira, 15 de abril, depois de ter de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado que a sua administração decidiu suspender a contribuição norte-americana anual à OMS. O Executivo português lembrou que o combate à pandemia da Covid-19 exige que todos, apoiem a OMS.

“A luta contra a pandemia #COVID19 exige o trabalho de todos e o reforco das organizações multilaterais. Não é tempo de enfraquecer a Organização Mundial de Saúde, mas sim de apoiá-la”, lê-se numa mensagem publicada na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português no Twitter.


O Donald Trump cumpriu o que já tinha ameaçado fazer e anunciou, na terça-feira, que a Casa Branca vai mesmo suspender a verba que aquele país entrega à OMS. Trump justificou a sua decisão com “má gestão” da OMS no caso da pandemia da Covid-19, argumentando que “o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e mortalidade”.

“Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus”, afirmou Donald Trump, numa conferência de imprensa na Casa Branca, em Washington, transmitida na conta de Twitter do político.

A decisão de Trump retira, assim, à OMS verbas entre os 364 e 455 milhões de euros, que Washington canalizava para a organização todos os anos.

A decisão norte-americana também já foi criticada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, e também pela União Europeia, através Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.

António Guterres saiu em defesa da OMS, argumentando que este “não é o momento de reduzir o financiamento das operações ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus” da Covid-19. “A minha convicção é que a OMS deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a Covid-19”, salientou em comunicado.

Também no Twitter, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, lamentou a decisão norte-americana, afirmando que “não há razão que justifique esta medida, numa altura em que os seus esforços são mais do que nunca necessários para ajudar a conter e mitigar a pandemia Covid-19″.

O Surto epidemiológico já causou mais de 124 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em todo o mundo. Os Estados Unidos são, atualmente, o país que regista o maior número de vítimas mortais, 25.757, e de casos confirmado de infeção por Covid-19, mais de 600 mil.

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