O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quinta-feira que o Estado não vai injetar mais dinheiro na TAP sem ter mais controlo na companhia aérea portuguesa. António Costa diz que é ainda impossível prever qual a melhor estratégia para apoiar a empresa no pós-pandemia, mas garante: “Haja o que houver, a TAP continuará a voar com as cores de Portugal”.
No debate quinzenal desta tarde, António Costa disse que a estratégia para o futuro da TAP, quer passe por uma garantia de empréstimo de curto prazo ou por uma capitalização, não terá “cheques em branco” e sublinhou que o Estado “não deve abdicar da posição na TAP”.
O líder do Executivo socialista admite que este não é o momento mais propício para debater aquilo que será o modelo de negócio da TAP, mas sublinha que qualquer estratégia que venha a ser adotada terá de ser assegurado que o Estado terá direito a “controlar a forma como é utilizado o balão de oxigénio que será dado”. “Ou seja, apoio com controla haverá, apoio sem controlo não haverá”, sustentou.
Quanto à capitalização futura, António Costa admitiu que nem todos os acionistas “podem ter a mesma visão sobre a relação com o Estado nem sobre o futuro da empresa” mas sublinhou que “haja o que houver a TAP continuará a voar as cores de Portugal” e não se tornará nas “linhas aéreas da Estremadura”, como lhe questionou o líder do PSD, Rui Rio, no debate quinzenal.
O primeiro-ministro admitiu, no entanto, que não é a favor da gestão do Estado na TAP. “Pessoalmente, não sou a favor da gestão do Estado no dia a dia da TAP. Já houve um tempo em que o fui. Hoje não vejo vantagens particulares nisso. Há vantagens em que a TAP seja gerida no dia a dia por quem conheça o negócio da aviação”, afirmou António Costa.
O líder do Executivo socialista diz, no entanto, que “é imprescindível” o Estado estar no capital da TAP porque “se houver uma vicissitude, como por exemplo uma falência de um sócio privado, a TAP não vá arrastada”. António Costa defende que “o Estado deve ter uma posição forte na TAP” e apontou três razões para tal: a garantia da cobertura territorial de Portugal, a relação com a diáspora e outros serviços de interesse público que presta ao país.
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