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Indústria tauromáquica espanhola em risco de perder perto de 80 milhões de euros

Grandes festivais como o San Isidro, a Feira de Abril de Sevilha e San Fermin em Pamplona, ​agendados para julho, foram cancelados e os touros foram enviados diretamente da criação para o matadouro, deixando em risco a sustentabilidade do setor.
Foto Agência EFE
12 Maio 2020, 12h58

Caso não se realizem eventos durante 2020, os intervenientes da indústria tauromáquica espanhola poderão perder mais 77 milhões de euros, segundo conta a agência “Reuters” esta terça-feira, 12 de maio.

Festivais como San Isidro em Madrid, a feira de abril de Sevilha e San Fermin em Pamplona, ​agendados para julho, foram cancelados, tendo os animais sido enviados diretamente da criação para o matadouro.

Os criadores deste tipo de gado já contabilizam perdas de milhares de euros, uma vez que o custo de criação de um “touro de combate” ronda os cinco mil euros e que só é rentável caso os eventos se realizem. Em contrapartida, cada touro vendido para um matadouro rende 500 euros, uma quantia bastante abaixo do planeado aquando da criação destes animais.

Os governos locais cortaram o financiamento deste tipo de festas, os políticos de esquerda opõem-se e nos últimos anos, o movimento anti-tourada espanhol tem vindo a ganhar relevância. Algumas cidades e regiões, principalmente a Catalunha, já proibiram touradas, ou “corridas de touros”. Embora os grandes festivais ainda atraiam multidões, o interesse público nas touradas diminuiu consideravelmente.

Apesar de Espanha já ter começado a diminuir as restrições relativas ao distanciamento social em tempo de pandemia, não é claro que alguma corrida possa ser realizada até outubro, mês em que é concluída a temporada tauromáquica.

Victorino Martin, criador de touros em Espanha, diz à Reuters que “o pior cenário será não ter touradas o ano todo. Já não tivemos nenhum tipo de lucro por causa da paragem de inverno, se acrescentarmos uma paragem no verão poderá ser fatal”.

A indústria é também responsável por milhares de empregos, desde os matadouros até aos funcionários de quintas de criação de touros, que agora se encontram ameaçados.

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