Com o Reino Unido a chegar ao fim da quarentena, os britânicos já começam a planear as suas férias fora do país. De acordo com o presidente executivo da Ryanair, o número de reservas provenientes do Reino Unido e da Irlanda para destinos do sul da Europa, incluindo Portugal, já começou a aumentar e é expectável que continue durante o verão.
Michael O’Leary, presidente executivo da Ryanair, disse em entrevista à “Reuters” que à medida que o Reino Unido vai diminuindo as medidas de confinamento, houve um “grande aumento” do número de reservas feitas pelos cidadãos britânicos, com os destinos do sul da Europa em foco, com destaque para Portugal, Espanha e Itália. A tendência começou no fim de semana passado e tem continuado durante a semana, adiantou.
Tendo em conta que estes três países já iniciaram a fase de desconfinamento, as reservas de voos para fins turísticos espelham a despreocupação dos britânicos quanto ao risco de infeção por Covid-19 nos destinos do sul da Europa. Espanha e Itália foram dos países mais fustigados pela pandemia do novo coronavírus, contabilizando em conjunto 513 mil pessoas infetadas, das quais resultaram mais de 60 mil vítimas mortais.
O’Leary acrescentou que os padrões de reservas nos últimos dias o deixaram “razoavelmente confiante” de que os aviões da companhia low cost estariam 50% a 60% cheios quando reiniciar 40% da sua frota durante o mês de julho.
Espanha já anunciou que planeia reabrir as fronteiras ao turismo durante o mês de julho. O governo português ainda não estabeleceu uma data para a reabertura das fronteiras a turistas estrangeiros.
A decisão espanhola motivou o comentário de Marcelo Rebelo de Sousa, que afirmou “não queria falar desse tema, porque é um tema que nós entendemos que deve ser tratado num clima bilateral. Se é um clima bilateral, tudo o que unilateralmente seja feito por um lado, sem ser em conversa com o outro, tem fortes probabilidades de não dar certo”.
O Presidente da República acrescentou sobre este tema que “tem estado a fazer diligência diplomáticas” para “perceber se há, ou não, outros países, no domínio do turismo, em que haja interesse para se criar qualquer coisa como corredores para o turismo”.
Numa altura em que o setor da aviação atravessa grandes dificuldades, o tema da reabertura das fronteiras é visto como fundamental para que, durante o verão, as companhias aéreas possam recuperar algumas receitas, entendidas como fundamentais para a sua sobrevivência.
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