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Portugal paga taxas mais altas para emitir 1.250 milhões em dívida a 10 e a 15 anos (com áudio)

Nas Obrigações do Tesouro a 10 anos, com maturidade em outubro de 2031, Portugal emitiu 551 milhões de euros e conseguiu uma ‘yield’ de 0,505%, depois de a 7 de abril ter pago uma taxa de 0,30% numa venda sindicada.
12 Maio 2021, 11h33

O IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e Dívida Pública emitiu esta quarta-feira um total de 1,250 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a 10 e a 15 anos, tendo pago taxas de juro mais altas nas duas maturidades, numa altura em que incertezas sobre a inflação durante a recuperação económica e o ritmo de compra de ativos pelo Banco Central Europeu estão a fazer subir as yields na zona euro

A agência liderada por Cristina Casalinho tinha estabelecido como um montante entre mil milhões e 1.250 milhões de euros.

“O prémio de risco de Portugal tem vindo a subir nas últimas semanas, o que acaba por ser um reflexo nas taxas obtidas no leilão de hoje”, disse Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

 

Nas OT a 10 anos, com maturidade em outubro de 2031, Portugal emitiu 551 milhões de euros e conseguiu uma yield de 0,505%, depois de a 7 de abril ter pago uma taxa de 0,30% numa venda sindicada. No mercado secundário, a taxa dessa dívida benchmark negoceia esta quarta-feira nos 0,54%. A procura superou a oferta em 2,47 vezes.

Na maturidade mais longa, com prazo de outubro de 2035, o IGCP colocou 699 milhões de euros, tendo pago uma taxa de colocação de 0,841%, o que compara com uma taxa de juro de 0,319% num leilão em janeiro. Neste prazo o bid-to-cover ratio foi de 1,68 vezes.

“Este movimento nas taxas de dívida soberana, não é exclusivo de Portugal, mas sim de toda a dívida soberana, tanto europeia como americana”, sublinhou Filipe Silva.

“A retoma gradual das diferentes economias, tem levado a subidas nas previsões do crescimento globalmente, bem como taxas de inflação mais elevadas”, explicou “Muito se especula sobre a altura em que os bancos centrais irão começar a abrandar os programas de compra de ativos e nesse sentido o movimento que assistimos nas taxas acaba por ser natural”.

O diretor de investimentos do Carregosa realçou, contudo, que as subidas atuais estão a ser monitorizadas pelos bancos centrais, não são necessariamente negativas, mas se forem muito rápidas poderão trazer novos problemas, em especial nas economias mais endividadas.

[Atualizada às 11h44]

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