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Economia surpreende e Wall Street segue imparável

Esta semana saberemos se a Fed subscreve o optimismo de Wall Street.
Lucas Jackson/Reuters
8 Junho 2020, 11h04

Quando todos esperavam por uma taxa de desemprego em Maio perto dos 20%, a maior desde 1930, fruto de mais uma perda muito significativa de postos de trabalho, acima dos oito milhões, eis que a maior economia do mundo atropelou por completo o pessimismo e ao invés de uma contracção revelou uma criação de 2,5 milhões de empregos, o maior aumento de sempre na história dos EUA, mais do dobro do anterior máximo que tinha ocorrido em 1983 com 1,1 milhões de novos empregos.

Mais importante que a inusitada surpresa foi a razão para a reviravolta, isto porque a quase totalidade dos novos ingressos no mercado de trabalho resultaram de pessoas que tinham sido dispensadas temporariamente.

Já em Abril, os números secundários dos non-farm payrolls tinham aberto a porta a este desfecho com 78% dos inquiridos a terem confiança de que a sua dispensa seria apenas temporária. Ora, em Maio, 2,7 milhões de trabalhadores que regressaram ao activo incluíam-se no grupo dos que haviam sido temporariamente mandados para casa.

Este dado é relevante porque significa que existe uma forte probabilidade da economia ter suportado a fase de paragem sem danos substanciais para a sua saúde no médio-longo prazo, podendo assim ocorrer uma recuperação rápida ou em V, o que por sua vez justificaria o desempenho de Wall Street no último mês e meio, validando a máxima de que os mercados antecipam o desempenho económico das empresas em cerca de seis a 12 meses.

Acresce que os Touros não deixaram os seus créditos por mãos alheias. Os índices norte-americanos foram varridos por uma onda de pressão compradora que atirou os ganhos para os 3,15% no Dow Jones e 3,79% no Russell 2000, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq amealharam 2,62% e 2,09%, respectivamente, sendo que o índice tecnológico atingiu um novo máximo histórico durante o dia, terminando a escassos três pontos de tal feito no fecho da sessão.

Esta semana saberemos se a Fed subscreve o optimismo de Wall Street, com os investidores atentos às declarações que se seguirão à reunião de dois dias, que terminará na quarta-feira, para perceber a mentalidade do principal banco central do mundo no que respeita à necessidade de mais estímulos, fiscais ou monetários.

O gráfico de hoje é do Russell 2000, o time-frame é semanal.

 

 

O índice das small caps recuperou terreno a semana passada face aos seus parceiros de Wall Street, contudo, ainda está mais fraco e longe de novos máximos históricos, existindo a zona do GAP (linha laranja) como um local de resistência potencial.

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