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Fed lança balde de água fria em Wall Street

Esta semana destaque para a reconfiguração dos índices Russell, que têm aproximadamente 15 biliões de dólares de capital indexados à escala global.
Kevin Lamarque/Reuters
22 Junho 2020, 10h00

A sessão de sexta-feira começou com os investidores cheios de vontade em empurrar os índices norte-americanos para perto de novos máximos históricos, contudo, e curiosamente, num movimento que foi quase o inverso ao registado no início da semana, o sentimento degradou-se gradualmente ao longo do dia sendo que à entrada para a hora local de almoço já Wall Street navegava no vermelho, num nível muito similar ao de final de dia.

Se era expectável que a sessão fosse mexida, devido ao facto de haver um “quadruple witching” ou o terminar de quatro tipos de instrumentos financeiros que leva geralmente a volatilidade extraordinária, o mais relevante a reter foi o aumento do ruído sobre a incerteza quanto ao caminho de recuperação da economia norte-americana.

Preocupação que foi expressa na sexta-feira por mais dois membros da Fed, uns dias após o Presidente do banco central americano ter indicado claramente que a recuperação da economia e do mercado de trabalho para os níveis de pré-crise deverá prolongar-se no tempo, contrariando a ideia de um movimento em V, como se falou após os números dos non-farm payrolls deste mês terem batido as previsões.

Eric Rosengren, Presidente da Reserva Federal de Boston, reiterou a sua opinião de o desemprego poder ultrapassa os 10% até final de 2020, alertando que a falta de contenção da pandemia poderá levar à necessidade de quarentenas mais prolongadas, o que afectará o investimento e o consumo.

Rosenberg referiu igualmente que é provável que a maior economia do mundo vá precisar de mais estímulos fiscais e monetários, enquanto o Presidente da Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, reforçou a necessidade de conter a pandemia rapidamente, sob pena de a recuperação na criação de empregos poder ser revertida em breve, esperando ele um movimento de regresso à normalidade económica mais lento do que o anteriormente previsto.

Esta semana, destaque para a reconfiguração dos índices Russell, que têm aproximadamente 15 biliões de dólares de capital indexados à escala global, dos quais 9 biliões em índices norte-americanos – uma operação que ocorrerá no final da sessão de sexta-feira e que é geralmente um dos dias com maior volume do ano, afectando igualmente a volatilidade dos dias que a antecedem.

O gráfico de hoje é do EUR/USD, o time-frame é semanal.

 

 

O principal par de moedas enfrentou resistência na linha superior do canal wedge (linhas azuis) e caso quebre em baixa a barra verde de há três semanas, isso será um sinal bearish de curto-prazo.

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