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Utentes pedem reforço e lamentam eventual fim do limite de lotação nos transportes

Também hoje, a ministra da Saúde, Marta Temido, descartou mudanças nas restrições impostas pela pandemia de covid-19 nos transportes públicos.
17 Julho 2020, 21h57

O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) pediu hoje mais veículos e composições em circulação, e lamentou as declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, que admitiu acabar com as limitações à lotação nos transportes públicos.

“Aquilo que é mais importante é acabar com o ‘lay-off’ nas empresas de transporte de passageiros e garantir que às horas de ponta e nos períodos de maior procura se tem o maior número possível de veículos e composições a circular”, destacou o MUSP em comunicado.

Este movimento lamentou ainda as declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que em entrevista hoje à TSF admitiu acabar com o limite de lotação nos transportes públicos, atualmente em 2/3 da sua capacidade.

“É difícil controlar a lotação num comboio, por exemplo, de Sintra, que leva duas mil pessoas, que tem 20 e tal portas, quatro plataformas na estação… Não conseguimos controlar, é impossível”, declarou o ministro, sublinhando que o executivo tem de “equacionar” o fim dos limites da capacidade máxima face à perspetiva de “problemas sérios de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa”.

Também hoje, a ministra da Saúde, Marta Temido, descartou mudanças nas restrições impostas pela pandemia de covid-19 nos transportes públicos.

“As recomendações de saúde publica têm um caráter evolutivo, até em função daquilo que são as novas recomendações das organizações internacionais, mas neste momento não vejo motivo para podermos alterar aquilo que tem estado a ser definido”, afirmou Marta Temido, na conferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia no país.

Para o MUSP, os “tempos de espera nos transportes públicos nunca se resolveram com a sobrelotação dos autocarros, barcos e comboios, mas, sim, com o reforço da frequência e oferta”.

O movimento destaca ainda que num “período tão sensível para as populações” esperava “mais notícias sobre o efetivo investimento nos transportes” e “a garantia e fiscalização da higienização efetuada aos veículos e composições”.

O MUSP desejava igualmente notícias “sobre a venda automática de máscaras nas interfaces ou sobre a disponibilização de álcool gel nos cais e estações”.

No comunicado, o MUSP “reafirma a sua convicção de que o sistema de transporte das áreas metropolitanas e das comunidades intermunicipais tem um papel fundamental a desempenhar na vida das populações e na diminuição dos focos epidémicos, bastando para tal o efetivo investimento na melhoria da higiene, segurança e frequência das ligações já existentes e a criação das necessárias, para garantir os restantes movimentos pendulares”.

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