O Novo Banco enviou ao início da tarde à Procuradoria-Geral da República (PGR). documentação relativa à venda de carteiras de ativos imobiliários.
O Jornal Económico sabe que foi entregue, esta segunda-feira, à PGR, um “conjunto de informação exaustiva” sobre a venda de duas carteiras de ativos imobiliários, denominados por projeto “Viriato” e projeto “Sertorius”.
Contactado pelo Jornal Económico, o Novo Banco não teceu comentários.
O primeiro-ministro, António Costa, enviou uma carta à PGR na qual requereu a suspensão da venda de ativos até que a Deloitte entregue a auditoria ao BES/Novo Banco, o que terá de acontecer até esta sexta-feira, dia 31 de julho, tal como noticiou o “Expresso”, este sábado.
Na sexta-feira passada, durante o debate sobre o Estado da Nação na Assembleia da República, António Costa disse que o Governo recusou a extensão do prazo de conclusão da auditoria.
No mesmo debate, o líder da oposição, Rui Rio, mostrou-se preocupado com a venda de ativos imobiliários pelo Novo Banco, frisando que “tudo isto que temos visto e ouvido é já suficiente para que o Ministério Público se possa debruçar sobre a forma como este contrato de venda do Novo Banco à Lone Star tem vindo a ser executado”.
O líder do PSD referia-se à venda de carteiras de ativos imobiliários, uma das quais, denominada de projeto “Sertorius”, realizada em 2019, e que gerou perdas de 328 milhões de euros ao Novo Banco, segundo o “Público”.
Em entrevista ao Jornal Económico na semana passada, o chairman do Novo Banco, Byron Haynes, explicou que foi a qualidade dos ativos que integraram o projeto “Sertorius” — assim como as outras três carteiras de ativos vendidas entre 2018 e 2019 — que pressionou o preço de venda para baixo e sublinhou que estas vendas minimizaram as perdas para a instituição financeira.
“Estamos muito satisfeitos com os resultados e com o timing das vendas. Foram no momento certo e capturaram a subida dos preços no mercado imobiliário. Infelizmente, os processos de due diligence concluíram que a qualidade dos ativos era chocante. Tenho 25 anos de experiência na indústria financeira e a qualidade de alguns ativos foi do pior que vi na minha vida profissional, e foi a qualidade dos ativos que pressionou, para baixo, o preço do mercado”, realçou Byron Haynes.
Em 2018, o Novo Banco vendeu o projeto “Viriato” que inclui cerca de nove mil imóveis e, segundo avançou o “Jornal de Negócios”, implicou perdas de 159 milhões de euros.
https://jornaleconomico.pt/noticias/chairman-do-novo-banco-limpeza-do-legado-do-bes-termina-este-ano-lucro-em-2021-617309
(atualizada às 18h23 com mais informação)
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