Uma vez alcançado o acordo na União Europeia, que libertará uma quantidade de fundos muito significativa, importa discutir se as prioridades que o poder político vai desenhando serão as mais adequadas para Portugal.
As energias renováveis são um objetivo europeu, que emana dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Para o bem ou para o mal, não é uma escolha nacional e Portugal está obrigado a seguir este caminho. Mas o projeto do hidrogénio oferece muitas dúvidas e deseja-se um forte escrutínio antes de qualquer decisão definitiva.
Em relação às infraestruturas, o desenterrar dos projetos do TGV, do novo aeroporto (e talvez da nova travessia do Tejo) é discutível. Não há sequer um consenso razoável quanto à sua necessidade e fica a sensação de que serão simplesmente as formas mais fáceis de executar as verbas que vão chegar ao país.
Reindustrializar e estar mais presente em atividades de valor acrescentado é importante, mas não é algo que se faça por decreto numa democracia e numa economia aberta. Pode dar-se condições de fixação e desenvolvimento de projetos industriais e isso é de iniciativa governamental, mas é crucial que não se desperdice o dinheiro a salvar empresas inviáveis.
As prioridades deveriam ser reduzir as várias dependências de Portugal, nomeadamente a nível financeiro, e dar mais competitividade e liberdade aos agentes económicos, dentro de regras claras e justas.
Portugal deveria ser menos burocrático, com decisões mais descentralizadas e uma justiça mais célere. Portugal precisa ser mais livre e transparente. Gastar o dinheiro em projetos pouco reprodutivos, em despesa corrente e em subsídios fará deste momento histórico uma oportunidade perdida.
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