O Novo Banco aprovou mais de 38 mil moratórias de crédito no âmbito da pandemia de Covid-19 até ao final de junho, num total de 6,8 mil milhões de euros, divulgou a instituição esta sexta-feira.
Cerca de 67% das moratórias foram atribuídas a empresas, 30% a operações de crédito à habitação e o remanescente a operações de crédito ao consumo e outras.
No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que dá conta dos prejuízos de 555,3 milhões de euros registados pelo Novo Banco no primeiro semestre, pode ler-se que foram aprovadas moratórias “no valor de 6,8 mil milhões de euros para mais de 38 mil clientes”.
Já relativamente às linhas de crédito, “o banco atingiu mil milhões de euros nas linhas de crédito aprovadas com garantia do Estado”.
“O grupo Novo Banco está também a acompanhar os impactos que poderão advir e, quando relevante, está a tomar decisões que defendam os interesses dos diferentes ‘stakeholders’, designadamente clientes e colaboradores”, de acordo com o comunicado da instituição.
As moratórias de crédito foram criadas como uma ajuda a famílias e empresas penalizadas pela crise económica desencadeada pela pandemia de covid-19.
Em junho, o Governo decidiu estender – de setembro deste ano para 31 de março de 2021 – as moratórias para créditos de empresas e particulares (que suspendem pagamentos de capital e/ou juros) e alargou também as condições em que os clientes podem aceder às moratórias. Os clientes podem pedir acesso às moratórias até final de setembro.
Há ainda as moratórias privadas, da Associação Portuguesa de Bancos (APB), da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) e da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). Estas aplicam-se aos contratos de crédito que não beneficiam da moratória pública, caso dos contratos de crédito pessoal (com exceção dos contratos de crédito ao consumo com finalidade educação, uma vez que estes já são cobertos pela moratória pública), crédito automóvel e cartões de crédito.
A agência de ‘rating’ Fitch divulgou um relatório sobre o setor bancário português na quinta-feira, em que estima que os créditos com moratória vão aumentar depois do verão à medida que se adensa a crise económica, sobretudo nas atividades relacionadas com o turismo.
Estas moratórias são um alívio para clientes e bancos, contudo, avisa, parte importante desses créditos serão malparado quando o regime das moratórias terminar.
Os principais bancos têm estado a divulgar os resultados semestrais esta semana. Segundo a informação já conhecida, o BCP indicou que até junho aprovou mais de 120 mil moratórias de pagamento de créditos no âmbito da pandemia de Covid-19, sendo 97 mil para famílias e 26,5 mil para empresas, atingindo créditos no valor de quase nove mil milhões de euros.
Já o Santander Totta tinha, em junho, 88 mil clientes com moratórias no pagamento dos empréstimos, abrangendo créditos correspondentes a 22% da carteira de crédito total.
O BPI divulgou hoje que tinha aprovado até final do semestre mais de 73 mil pedidos de moratórias no pagamento de créditos, abrangendo créditos no valor de quase 5,7 mil milhões de euros.
A Caixa Geral de Depósitos também divulgou hoje que aprovou 48.326 moratórias de crédito até 28 de julho no âmbito da pandemia de Covid-19, num valor que totaliza 6.982 milhões de euros.
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