O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, admitiu hoje que “os jovens encontram-se sub-representados nos órgãos de decisão” e é necessário “fomentar a sua participação” na tomada de decisões, que têm “um duplo impacto nas suas vidas”.
Falando numa conferência de imprensa no final da sessão de trabalhos consagrada à Juventude no quadro do Conselho de Educação, Juventude, Cultura e Desporto que decorre entre hoje e terça-feira em Bruxelas, Brandão Rodrigues começou por apontar que, de manhã, os ministros tiveram oportunidade de dialogar com jovens – incluindo jovens da Alemanha, Portugal e Eslovénia (o atual trio de presidências da UE) e de França (a seguinte, no primeiro semestre de 2022) -, o que “foi importante” e constituiu “material de trabalho para a reunião da tarde”.
“Embora nos últimos anos se tenham registado progressos significativos, temos de reconhecer – e fizemo-lo esta tarde – que os jovens não dispõem de muitas oportunidades para participar efetivamente nos processos de tomada de decisão. De um modo geral, os jovens encontram-se sub-representados nos órgãos de decisão e enfrentam múltiplos desafios, quase todos eles acentuados pela pandemia da covid-19”, assumiu Tiago Brandão Rodrigues.
Vincando que “as decisões tomadas hoje têm necessariamente um duplo impacto nas suas vidas, afetando-os tanto no presente como no futuro”, o ministro defendeu que, “como tal, é essencial envolver os jovens nos processos de decisão e fomentar a sua participação na procura de respostas aos desafios”.
“Para garantir a transição dos jovens para a vida adulta e respetiva concretização dos seus projetos de vida, devemos assegurar a participação dos jovens nas decisões que afetam a sua vida, em perfeito respeito pelos seus direitos”, reforçou, congratulando-se por isso com as conclusões hoje adotadas sobre o “reforço da governação multinível ao promover participação dos jovens”.
O objetivo, apontou, é “assegurar que tenham oportunidades iguais de participação, de envolvimento e de empoderamento nos processos decisórios relevantes a todos os níveis”, que não só “políticas de juventude”.
“Em última análise, a participação dos jovens é absolutamente fulcral para o futuro da Europa”, concluiu.
Também a comissária europeia Mariya Gabriel, que tem igualmente a pasta da Juventude, sublinhou na sua intervenção que “não pode haver uma sociedade civil dinâmica na Europa sem uma voz forte da juventude”, razão pela qual “a Comissão Europeia está firmemente determinada a reforçar a participação dos jovens na elaboração das políticas”.
Nesse sentido, anunciou que haverá em breve um “coordenador europeu para a Juventude” no executivo comunitário, que constituirá “um ponto de contacto visível para os jovens, e assegurará, no seio da Comissão, que sejam levados em conta os interesses da juventude nos diferentes setores de ação”.
Mariya Gabriel aproveitou também a ocasião para “convidar a juventude europeia a participar no debate sem precedentes proporcionado pela Conferência sobre o Futuro da Europa”, formalmente inaugurada em 09 de maio, mas que tem disponível, já desde 19 de abril, uma plataforma digital multilingue para a participação dos cidadãos.
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