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Fortnite: Epic Games processa Apple e Google por práticas anticoncorrenciais

No centro da disputa está o facto de as gigantes tecnológicas não permitirem que o jogo permita aos utilizadores comprarem funcionalidades diretamente da loja da Epic Games. Na visão das empresas, todas as aquisições nas suas ‘stores’ devem passar pelos seus sistemas de pagamentos. A Epic Games acha ilegal.
14 Agosto 2020, 11h43

Depois de a Apple e da Google removerem o popular “Fortnite” das suas lojas digitais, a Epic Games, responsável pelo desenvolvimento e comercialização do jogo comunicou que vai processar as gigantes tecnológicas por práticas anticoncorrenciais, segundo o “Expansión”.

No centro da disputa, está o facto de ambas as empresas (Apple e Google) não permitirem que o jogo em causa, o Fortnite, dê a possibilidade aos seus utilizadores de comprarem adereços e outras funcionalidades diretamente da loja da Epic Games, ou seja, na visão das tecnológicas, todas as compras feitas a partir das suas plataformas devem passar pelos respetivos sistemas de pagamentos, algo que a Epic Games considera ser ilegal. Como tal, o jogo foi retirado da Apple Store e da Play Store (Google).

A Apple cobra uma comissão de 30% sobre esses pagamentos. A Epic Games sabia que a reação das gigantes seria a retirada do videojogo das suas plataformas, e já havia preparado ações judiciais contra as duas empresas por aquilo que entendem ser práticas contrárias à livre concorrência. Adicionalmente, a Epic Games lançou uma campanha contra a Apple nas redes sociais.

Na ação interposta minutos após a Apple remover o videojogo, a Epic alegou que a tecnológica “impõe restrições irracionais e mantém ilegalmente um monopólio total” na distribuição de aplicações nos dispositivos da empresa. Por sua vez, no processo contra a Google, a Epic Games garante que não está à procura de uma compensação financeira, mas “uma ordem que impeça a Google de continuar a impor o seu comportamento anticompetitivo no ecossistema Android”.

A Epic Games não é a única a mover ações judiciais contra a Apple. Recentemente a aplicação de musica ‘Spotify’ denunciou a empresa em Bruxelas, onde foi aberta uma investigação formal para descobrir se, com esta política, a Apple está a impor restrições ilegais às empresas que distribuem as suas aplicações através da Apple Store.

A maior parte da receita do Fortnite vem de jogadores de computador ou consola, não de plataformas móveis. De acordo com os dados da Sensor Tower recolhidos pela Reuters, os utilizadores do jogo nas plataformas Apple gastaram cerca de 34 milhões de dólares em julho (28 milhões de euros), e os de Android cerca de 2 milhões de dólares (1,6 milhões de euros). A Epic Games não divulgou o número de utilizadores do Fortnite em ambas as plataformas.

Para já, os utilizadores da Apple não poderão continuar a jogar Fortnite, mas aqueles que possuam dispositivos Android podem descarregar o jogo através de outras lojas de aplicações alternativas à Google Play Store.

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