A Iniciativa Liberal quer saber se o recém-criado Banco Português de Fomento (BPF) terá um modelo de seleção e recrutamento “que seja transparente e profissional e que impeça situações de ‘jobs for the boys'”. Essa dúvida integra um conjunto de perguntas enviadas pelo deputado João Cotrim Figueiredo ao primeiro-ministro António Costa e ao ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, relacionadas com os “riscos de compadrio e amiguismo que o passado confirma que existem nestas situações” se repetirem na entidade nascida da fusão da PME Investimentos e da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) na SPGM, a qual terá “poder de decisão sobre muitos milhares de milhões de euros” destinados ao relançamento da economia portuguesa.
Considerando “fundamental poder contar com uma estrutura técnica altamente qualificada, experiente e independente de pressões políticas”, a Iniciativa Liberal pergunta ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia se o BFP integrará apenas os atuais funcionários das três entidades que lhe dão origem, se será possível a contratação de mais técnicos por simples nomeação do Governo e se “irão ser contratadas pessoas que exercem, ou exerceram recentemente, funções em gabinetes ministeriais e estruturas na esfera do Governo”. Uma interrogação que estará relacionada com indícios de uma “corrida” à integração no BFP de quadros ligados ao XXII Governo Constitucional.
O deputado único e presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, pretende ainda saber se o Governo está disposto a recrutar uma equipa de gestão de topo para o BPF através de concurso internacional, assegurando a sua competência e independência. Tal como, “dada a importância do papel do BPF no processo de recuperação económica que Portugal não pode falhar”, a criação de um órgão de fiscalização da atividade com carácter permanente e independente.
Para o presidente da Iniciativa Liberal, a aprovação em Conselho de Ministros na passada quinta-feira do decreto-lei que cria o BPF, que aplicará parte das verbas do Plano de Recuperação Europeu, ficou marcada pela falta de esclarecimentos de Pedro Siza Vieira. “Não deu quaisquer informações sobre a forma como o BPF irá atuar, a quem irá reportar, como se irá financiar, quem irá integrar os órgãos sociais, como será escolhida a estrutura técnica nem como será fiscalizado”, afirma Cotrim Figueiredo.
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