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5 passos para preparar as finanças pessoais para um crédito à habitação

Com a Euribor e os spreads no crédito à habitação em queda, muitas são as famílias que ponderam comprar casa. Confira os cinco passos para garantir que as suas finanças pessoais estão preparadas para assumir este importante compromisso financeiro.
16 Outubro 2020, 11h00

Como os bancos em “guerra” pelos spreads mais baixos e com as taxas de juro em mínimos históricos, são muitos os consumidores que consideram momento para avançar neste grande compromisso financeiro e preparar um crédito à habitação.

Veja os cinco passos para garantir a aprovação do pedido do empréstimo com as melhores condições:

 

1. Construa um bom historial

Para os analistas de risco do seu banco, o historial de crédito é tudo. Quando precisou de comprar uns óculos graduados com aquelas lentes caríssimas que teve de encomendar, liquidou o crédito pessoal solicitado na totalidade e sem falhas? E quanto às compras de Natal do ano passado que pagou com o cartão de crédito? Não deixou nada em atraso?

Se a resposta a estas questões é “sim”, então não tem com que se preocupar. Se não possui um histórico de pagamentos de créditos, até seria benéfico começar a ter, pois isso é bem percecionado pelas instituições financeiras e mostra que é um cliente digno de confiança.

Mas atenção: não contraia créditos pessoais ou de outra natureza entre seis a dozes meses anteriores a preparar um crédito à habitação, porque muitos pedidos recentes podem despoletar um alerta vermelho e fazer com que as instituições financeiras pensem que está desesperado para ter um crédito. O melhor é construir o historial com antecedência.

Descubra: Como acabar com dívidas sem hipotecar a casa?

 

2. Reduza a taxa de esforço

Para efeitos de avaliação do pedido de crédito, os bancos vão olhar sempre para a taxa de esforço – ou seja, vão confrontar os seus rendimentos mensais com as dívidas que tem por pagar. Isto vai indicar-lhes precisamente como preparou as suas finanças para obter um crédito à habitação e quão confortavelmente vai conseguir suportar uma dívida tão avultada.

Neste sentido, calcule a sua taxa de esforço (saiba como aqui) para ficar a saber quanto do seu rendimento irá para pagar a casa dos seus sonhos todos os meses. Quanto mais reduzido for este indicador, mais fácil será para si.

Leia mais: Como fazer um mapa de prestações mensais?

 

3. Escolha o tipo de crédito à habitação mais adequado

Deve escolher o crédito à habitação com taxa fixa ou variável? Nesta altura do campeonato, é benéfico contratar com variável, porque as taxas de juro estão negativas, o que faz com que as prestações mensais sejam mais baixas para o consumidor. No entanto, não se consegue prever quando é que a EURIBOR volta a aumentar novamente e fará disparar a mensalidade da casa.

Para quem se quer prevenir das oscilações do mercado, nada como a taxa fixa: é sempre a mesma durante todo o período – dá mais segurança ao devedor. Existem ainda soluções mistas, que combinam ambas as modalidades: dá para fixar a taxa durante 10 anos, por exemplo, e depois o resto do empréstimo é indexado à EURIBOR.

 

4. Simule, compare e poupe ao preparar um crédito à habitação

Como tudo na vida, quanto mais informado estiver, melhor para si. À partida, é normal que tenha preferência pelo banco com o qual já possui uma relação há muitos anos (onde tem conta, cartões, etc…). Mas pedir um empréstimo para habitação deve ser algo bem ponderado, decidido com tempo e consciência.

Visite várias instituições, peça diversas simulações. Ao longo deste processo, tenha em conta não apenas a prestação que vai pagar por mês, mas também o montante total imputado ao consumidor (o verdadeiro valor final da casa, que pagará após a liquidação do capital e dos juros).

Para tal, veja quanto é que o banco está a cobrar na Taxa Anual Efetiva – esta é muito fiável para a comparação porque reflete todas as comissões cobradas durante o empréstimo, o indexante e o próprio spread. Quanto menor for, mais poupará.

Analise ainda as cláusulas contratuais e as condições que os bancos oferecem. Se escolher um empréstimo com taxa variável, prepare-se para um eventual aumento da mensalidade.

 

5. Preparar um crédito à habitação: negoceie o spread

A maior parte dos bancos vai baixar o spread se aderir a outros produtos financeiros, tais como a domiciliação do ordenado (receber o salário automaticamente na conta à ordem), cartões de crédito e contas-poupança. Contratar mais serviços do banco pode ser um bom método para negociar com a instituição e ter uma solução que seja mais favorável.

Lavrar o terreno das suas finanças para preparar um crédito à habitação pode parecer simples (e é), mas requer tempo e boas decisões – implica plantar para depois colher. Coloque-se no papel da instituição financeira.

Quando empresta dinheiro a um amigo ou familiar, por exemplo, deseja tê-lo de volta, certo? O mesmo acontece com os bancos que concedem financiamento. Se se preparar com estes conselhos, não há como duvidar de que consegue.

Veja também: 6 Dicas para ver o seu crédito à habitação aprovado

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