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Recurso de André Ventura ao Twitter aponta “dois pesos e duas medidas”

Líder do Chega diz que suspensão da conta após referência a decapitação de Eduardo Cabrita se trata “obviamente de censura política”. Em causa esteve a sua reação à reposição do salário de agente da PSP que lhe chamou “aberração” no Facebook.
22 Maio 2021, 11h06

O deputado único e presidente do Chega, André Ventura recorreu da suspensão da sua conta no Twitter, na sequência de uma publicação em que fazia uma referência à “decapitação” do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, argumentando que se trata “obviamente de censura política” e de “uma regra de dois pesos e duas medidas por parte da rede social”.

“O tweet tem de ser integrado e interpretado no seu devido contexto. Nunca se pretendeu apelar à decapitação de Eduardo Cabrita, mas demonstrar que o sancionamento de linguagem agressiva tem de valer sempre e não apenas quando interessa. Quando o agente Morais usa a expressão ‘decapitar’, é considerado metafórico, quando é André Ventura, é considerado literal e a conta é suspensa”, escreveu o político num recurso ao Twitter.

Reagindo à decisão de Eduardo Cabrita, que suspendeu a execução da pena aplicada ao agente da PSP, Manuel Morais, o qual lhe chamou “aberração” e escreveu ainda no Facebook “decapitem estes racistas nauseabundos que não merecem a água que bebem”, Ventura escreveu no Twitter que “se é assim que vive a III República, eu também acho que Eduardo Cabrita devia ser decapitado!”.

Essa publicação foi entendida como tendo violado as regras do Twitter contra o abuso e assédio contra terceiros, após ter sido denunciada por utilizadores da rede social. E foi por isso que a conta de Ventura foi suspensa durante 12 horas na sexta-feira, impedindo o líder partidário de fazer publicações e partilhar publicações alheias.

O Ministério da Administração Interna confirmou ter dado provimento parcial ao recurso apresentado por Manuel Morais, repondo-lhe o salário referente a dez dias de suspensão que cumpriu na sequência da publicação no Facebook, partilhada em junho de 2020. O agente da PSP abandonou a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) após ter denunciado o racismo que considera existir nessa força de segurança.

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