O comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, disse esta quinta-feira que as Forças de Defesa e Segurança recuperaram das mãos de rebeldes a sede distrital de Muidumbe, de onde emergiram relatos de assassinatos que incluíram decapitações.
“Cumprimos uma etapa do nosso trabalho, mas não é o fim”, afirmou Bernardino Rafael, citado pela Televisão de Moçambique (TVM), mas sem dar detalhes sobre o cenário encontrado naquela parcela da província de Cabo Delgado, norte do país. O canal televisivo indicou em rodapé que 16 rebeldes terão sido abatidos.
“A nossa missão é progressiva e contínua com vista a pacificar o nosso país. O Presidente da República tomou conhecimento desta ocupação” pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) da sede distrital de Muidumbe, acrescentou.
Rebeldes armados que desde 2017 atacam Cabo Delgado, com intensidade reforçada desde o início deste ano, fizeram há duas semanas uma investida sobre o distrito e sobreviventes em fuga relataram à Lusa a morte de familiares, bem como a perda de casas e outros bens.
Um portal na Internet, Pinnacle News, que se apresenta como uma rede de comunicadores comunitários, relatou haver várias decapitações num campo de futebol usado como local de extermínio na aldeia de Muatide, gerando reações de consternação em todo o mundo.
Nas primeiras declarações das autoridades sobre a situação no distrito de Muidumbe, o comandante-geral da PRM disse que os grupos insurgentes no local estão “enfraquecidos” com as investidas das forças governamentais.
“Os terroristas estão em apuros e não têm o que comer”, explicou Bernardino Rafael, referindo que as FDS destruíram vários mantimentos (seis sacos de arroz e mais de 350 quilos de peixe seco) saqueados e escondidos pelos rebeldes.
A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
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