Os trabalhadores das empresas incorporadas no Banco Santander Totta, nomeadamente do ex-Banco Popular, manterão os seus direitos e a contagem do tempo de serviço antes da fusão, assegurou a administração liderada por António Vieira Monteiro à Federação Nacional do Setor Financeiro (Febase). A absorção surgiu depois da medida de resolução decretada por Bruxelas em junho do ano passado, que permitiu ao Santander tomar o rival por um euro.
A Febase, enquanto representante de mais de 75% dos bancários sindicalizados, reuniu-se com a administração do Banco Santander Totta (BST) ao final da tarde do dia 31 de janeiro. O secretário geral da Febase, Mário Mourão, avançou ao Jornal Económico que objetivo do encontro foi o de analisar a situação decorrente da fusão por incorporação do Banco Popular e que foi “dada a garantia que estavam assegurados os postos de trabalho do ex-Banco Popular”.
Em causa, diz, estão 140 trabalhadores da Primestar sociedade do Banco Popular que era responsável pelas recuperações de créditos e gestão de activos imobiliários, e das actividades informáticas das empresas Ingenieria e Produban. E ainda 12 trabalhadores da da seguradora Eurovida, além dos 1.000 trabalhadores do ex-Banco Popular..
“A administração transmitiu à Febase que os trabalhadores do ex-Banco Popular e das empresas incorporadas no Banco Santander Totta manterão todos os seus direitos e a contagem do tempo de serviço antes da fusão”, revela Mário Mourão.
O sindicalista dá conta que poderá acontecer, a exemplo de processos anteriores, é a elaboração de um plano de redução de efetivos através de reformas antecipadas, transversal a todos os trabalhadores do BST. Mas salvaguarda: “O assunto não foi falado na reunião. Mas é provável esta redução de pessoal no âmbito de uma reestruturação, mas nunca despedimentos”.
Quanto aos trabalhadores da Primestar, a administração adiantou que serão transferidos para o Santander Totta, sendo respeitados todos os seus direitos e a contagem do tempo de serviço efetuado no ex-Banco Popular.
“O mesmo acontece com todos os trabalhadores de outras empresas que tenham sido cedidos e cujos contratos prevejam o regresso ao banco de origem”, assegura Mário Mourão.
Fusão foi concretizada em dezembro
O Santander Totta concluiu a 27 de dezembro do ano passado, a aquisição e fusão com o Banco Popular Portugal, que deixou de existir.
Com a concretização da fusão, após obtidas as autorizações dos reguladores, “o Banco Popular Portugal deixa de existir enquanto entidade jurídica, sendo todos os seus direitos e obrigações transferidos para o Banco Santander Totta”, adiantou na altura o banco liderado por Vieira Monteiro.
Além da compra da totalidade do capital do Popular Portugal, feita directamente ao Popular Español, a equipa de Vieira Monteiro aprovou ainda a aquisição de 84,07% da seguradora Eurovida à instituição espanhola, bem como, da carteira de activos da Consulteam por parte da Totta Urbe. E concretizou a compra da Primestar Servicing.
A 6 de junho de 2017, o Banco Central Europeu (BCE) decretou que o grupo espanhol Banco Popular não era viável e determinou a sua resolução. O espanhol Santander acordou então comprar o Popular pelo preço simbólico de um euro.
Para permitir a compra, o conselho de administração do Banco Santander fez um aumento de capital de sete mil milhões de euros, para garantir o capital e as provisões necessários para que o Banco Popular possa operar com normalidade.
A operação teve impacto em Portugal, onde o Banco Popular tinha o Banco Popular Portugal. Inicialmente, o Santander adquiriu também o Banco Popular Portugal, mas deu a indicação de que este seria vendido e integrado no Santander Totta, incluindo os seus 1.000 trabalhadores, numa operação interna.
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