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Dono da Seaside abre 4 hotéis My Story este ano

A aposta na Baixa renova-se com a abertura, no início de março, do My Story Tejo. Está também a caminho o primeiro hotel de 5 estrelas do grupo.
Rafael Marchante / Reuters
15 Fevereiro 2018, 09h15

Prestes a tornar-se a cadeia hoteleira com maior presença na Baixa lisboeta, a My Story Hotels nasceu pelas mãos de Acácio Teixeira, empresário conhecido pela aposta no setor do calçado, fundador e proprietário das lojas Seaside, que escolheu Manuel Goes para gerir e ajudar a concretizar esta diversificação de investimento no imobiliário, que assenta em duas paixões antigas: a hotelaria e a Baixa da capital.

É precisamente com a unidade que está a ser ultimada para abrir portas no início do próximo mês de março que esta história começa. Em 2012, o empresário comprou o Hotel Lisboa Tejo e, apesar do conceito My Story ainda não existir à data, “já havia a ideia e a vontade”, esclarece Manuel Goes, diretor-geral da cadeia hoteleira. Tratava-se de um hotel já com “algum nome e muita história”, mas era uma unidade “cansada, com problemas de manutenção e conforto”, e a decisão de investir, para além de oportuna, viria a revelar-se um sucesso inspirador e acelerador da criação da rede My Story e de um aumento do investimento na hotelaria.

Hoje, a cadeia prepara-se, após um processo de ampliação e remodelação que remonta a 2015, para abrir aquele que foi “o pioneiro” desta aventura, mas já na qualidade de membro da My Story Hotels. Mantendo a designação Tejo, localiza-se no Poço do Borratém (entre a Praça da Figueira e o Martim Moniz) e somou aos 58 quartos outros tantos, elevando, uma vez mais, os seus padrões de qualidade. Igualmente em preparação, para abrir ainda este ano, estão a unidade na Rua Augusta, o My Story Augusta, com 46 quartos, que deverá inaugurar ainda no primeiro semestre; segue-se a Praça da Figueira com o My Story Figueira, uma unidade de 4 estrelas com 77 quartos, com abertura agendada para o segundo semestre; e ainda aquele que será o primeiro 5 estrelas da cadeia, o My Story Ouro. Ficará instalado num prédio fora da linha pombalina que foi totalmente demolido em 1912, depois reconstruído para ser a sede da companhia Sagres, e que viria a ser comprado pelo Grupo Bem Saúde. Terá 56 ou 57 quartos e está ainda em aberto se vai integrar a cadeia ou se irá nascer sob uma marca nova, atendendo ao facto de ser um 5 estrelas. Na estreia fora da zona da Baixa, sob uma marca diferente, que ainda não pode ser revelada, surgirá, com 123 quartos, a unidade no Prior Velho, nas instalações sede da Seaside.

Será também neste primeiro semestre de 2018 que o investimento ganha forma na cidade do Porto, porém não sob a marca My Story Hotels. Em Santa Catarina, nascerá uma oferta de 12 apartamentos, pois o edifício não tinha as condições necessárias para abrir como hotel. Contudo, Manuel Goes garante que estão a ser estudadas outras oportunidades na Invicta para implementar a marca My Story, um percurso que tem encontrado como barreiras, à semelhança do que acontece em Lisboa, a especulação e os altos valores praticados no imobiliário.

De volta a Lisboa, e apesar de estarem ainda numa fase muito inicial, a cadeia tem também em carteira mais uma unidade na Praça da Figueira, com 90 quartos, e na Rua dos Sapateiros, apenas com 26 quartos.

Estórias e histórias a fomentar proximidade

Entre 2014 e 2015, o facto de a Seaside deter o prédio pombalino no Rossio em que já funcionava uma sapataria, bem como a aquisição de um outro edifício histórico na Rua do Ouro, foram o derradeiro impulso para concretizar o conceito My Story Hotels. As obras decorreram em paralelo, mas foi o My Story Ouro o primeiro a ver a luz do dia, e o Rossio viria a inaugurar já em 2015.

Por entre as expectáveis dificuldades em termos estruturais que a emblemática “gaiola pombalina” foi oferecendo, o conceito foi ganhando expressão e forma, e, hoje, atendendo ao ritmo acelerado de crescimento e desenvolvimento da cadeia, Manuel Goes assegura que estão ainda alguns aspetos por aperfeiçoar, mas que o fio condutor do conceito, a proximidade com o cliente, foi inteiramente conseguido. “Estes desafios acabaram por permitir que os hotéis tenham caraterísticas muito especiais como, por exemplo, não termos um quarto igual a outro, e que todos estejam carregados de história. Aqui começa a desenhar-se o conceito, numa tentativa de contar e passar a história de cada um, em paralelo com a história da cidade e da Baixa. Ao mesmo, a ideia é permitir que os hóspedes nos contem as histórias da sua estadia em Lisboa. Por isso, o grande fio condutor é a proximidade”. Quando o hóspede chega a um My Story é convidado a conhecer todas estas histórias através de apontamentos de decoração, informação que os rececionistas transmitem ou a que os espera no quarto, a par da que existe no site. Pode ainda descarregar aplicações que contam um pouco da história de Lisboa. “Tentámos contar aquela história não tão turística. É certo que muitos o tentam fazer mas, no nosso caso, como estamos em prédios carregados de história, temos de torná-lo num fator diferenciador. O turismo e estas experiências são exatamente isso: conhecer outras culturas, a história de outros países, é essa a sua génese”, conclui o responsável.

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