No seguimento do anúncio do Governo, através do secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, da intenção em apoiar a plantação de sobreiros em todo o território nacional, João Rui Ferreira, presidente da APCOR – Associação Portuguesa da Cortiça, anunciou que irá realizar, já na próxima semana, uma visita exploratória à zona do Pinhal Interior para perceber que áreas especificas poderão ser usadas para plantação de sobreiros, tendo já agendadas reuniões com várias autarquias da região.
O secretário de estado falava, em Santa Maria da Feira, a propósito do projeto-piloto de plantação de árvores de crescimento lento em redor de aldeias do Pinhal Interior, e que contempla, entre outras, a plantação de sobreiros. Miguel Freitas demonstrou total disponibilidade em colaborar com a APCOR no sentido de estender a plantação de sobreiros a todo o território português. “É fundamental que o setor industrial se envolva mais na produção florestal, e no setor da cortiça este é um cenário que devemos aprofundar”, realçou o governante após visitar algumas empresas do setor a convite da APCOR.
João Rui Ferreira sublinhou ainda, nesta ocasião, que estamos a viver “um período único no setor da cortiça, a imagem nos mercados internacionais é muito positiva e a preferência de profissionais e consumidores é bastante clara, quer no mundo vinícola quer nas restantes aplicações. Tudo isto materializado com aumentos médios anuais das exportações na ordem dos 4,5%, durante os últimos 9 anos, sendo 2017 mais um ano recorde”. Razão pela qual entende ser “tempo de, em conjunto, encontrarmos formas de aumentar a disponibilidade de matéria-prima, numa visão nacional para o sobreiro e num esforço que possibilite manter esta rota de crescimento. A indústria está consciente da sua responsabilidade e o sinal dado”, conclui.
O presidente da APCOR pediu a Miguel Freitas o compromisso do Estado numa reforma que aposte na proteção e adensamento dos montados existentes, com particular ênfase no alargamento a novas áreas geográficas.
E neste capítulo, António Amorim, presidente do Conselho de Administração da Corticeira Amorim, acrescentou que em Portugal temos 2 milhões de hectares de floresta e, por isso, “parece-nos perfeitamente possível conseguir 50 mil para aumentar a produção. A verdade, é que conseguimos fazer muito com pouco e esses 50 mil hectares, com uma densidade que permita ao produtor florestal uma rendibilidade interessante e motivadora de uma aposta numa espécie nobre e tão adequada ao nosso território, irão permitir aumentar a produção em cerca de 30%”. Dessa forma, garante, “teremos uma resposta para os próximos 30 ou 40 anos”.
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