Numa altura em que as empresas alemãs continuam a precisar de trabalhadores, a amenização da carga horária de trabalho semanal ganha peso no país. No início do próximo ano, os trabalhadores representados pelo maior sindicato metalúrgico do mundo, a IG Metall, podem esperar aumentos salariais de 4,3% e uma semana de trabalho de 28 horas por dois anos, reivindicando, mais tarde, o direito ao emprego a tempo inteiro.
Em causa está um acordo feito pelo sindicato de trabalhadores metalúrgicos da Alemanha, no início deste mês, que estabelece ainda que os funcionários que possam ter mais tempo para cuidar dos seus filhos ou pais doentes.
“É sempre bom ter um pouco de dinheiro extra no bolso, mas, para mim, a principal vitória do sindicato foi o novo modelo de tempo de trabalho”, afirmou ao “The Guardian” Viola Simic. A trabalhadora adiantou ao correspondente de Berlim do jornal britânico que planeia aceitar a opção das 28 horas assim que o seu filho iniciar o ensino primário.
O sindicato solicitou ainda ao novo governo da Alemanha o direito de retorno ao emprego em tempo inteiro e apresentou números do Escritório Federal de Estatística que dão conta de que 1,44 milhão de funcionários no país estão a trabalhar em regime de part-time contra a sua própria vontade, segundo a mesma publicação.
“O argumento de que há menos trabalho e de que precisamos de repensar como estendê-lo tem estado presente há 10 anos, (…) mas as conquistas da IG Metall na semana de trabalho de 28 horas certamente fizeram os nossos funcionários pensarem mais sobre isso”, destacou por sua vez, o porta-voz do sindicato Ver.di, Günter Isemeyer, ao diário londrino, sobre o facto de os trabalhadores do serviço postal alemão Deutsche Post estarem a negociar um acordo que lhes permite escolher entre um aumento acumulado de 5,1% nos salários ou férias de 102 dias nos próximos dois anos.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com