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Standard and Poor’s mantém ‘rating’ e perspetiva de Portugal inalterados

Tal como antecipado pelos analistas, após a surpresa da última avaliação, a agência de notação financeira foi desta vez mais cautelosa e não fez quaisquer alterações.
16 Março 2018, 21h45

A Standard and Poor’s manteve esta sexta-feira o rating de Portugal no primeiro nível de investimento (BBB-) com perspetiva estável. Tal como antecipado pelos analistas, após a surpresa da última avaliação, a agência de notação financeira foi desta vez mais cautelosa e não fez quaisquer alterações.

“O outlook estável equilibra as expetativas de um crescimento económico sólido e de maior consolidação orçamental nos próximos dos anos, contra as vulnerabilidades do elevado, apesar de em queda, endividamento externo dos setores privado e público”, refere o relatório da agência, acrescentando que o rating de Portugal tem sido suportado pelas “perspetivas de crescimento económico, maior redução do défice, melhorias no perfil da dívida e a política acomodatícia do Banco Central Europeu (BCE)”.

A S&P projeta que, após um crescimento económico de 2,7% em 2017, o crescimento do produto interno bruto (PIB) nacional modere para 2,3% em 2018 e continue a desacelerar gradualmente até 1,8% em 2021.

Ao longo desta horizonte temporal, diz esperar que a performance económica continue abrange, com contribuições positivas de todos os setores. Antecipa ainda que o Governo mantenha o foco na consolidação orçamental e estabilidade financeira.

“Apesar de considerarmos o elevado endividamento dos setores público e privado como uma fraqueza para o crédito, observamos que os riscos ao financiamento externo diminuíram significativamente, causando uma melhoria substancial nas condições de financiamento externo”, acrescentou.

Neste cenário, a agência refere que poderá subir o rating caso veja progressos mais rápidos que o esperado na desalavancagem externa, na redução da dívida pública ou na estabilidade financeira.

Por outro lado, um downgrade poderá acontecer caso se dê um demarcado enfraquecimento do crescimento económico causado por desvios significativos das políticas atuais, falta de progressos na implementação de reformas estruturais ou deteriorização considerável da posição orçamental do Governo.

A notação da dívida portuguesa pela agência continua, assim, no grau para que subiu em setembro. Na altura, a S&P surpreendeu os mercados ao fazer um upgrade da notação de Portugal, tirando-a do ‘lixo’. A decisão não era espera porque a perspetiva era ‘estável’ e é pouco comum a decisão de subir o rating sem ter a perspetiva ‘positiva’.

Este foi o primeiro relatório de uma agência de notação financeira este ano, sendo que a S&P foi a primeira das três principais agências a tirar Portugal do ‘lixo’ após a crise. O centro das atenções volta-se agora para o dia 20 de abril, data em que a Moody’s – a única das três principais agências de notação financeira a manter o país ainda em grau especulativo – vai avaliar Portugal.

No mesmo dia, também apresenta um relatório sobre a República a canadiana DBRS, a agência que manteve Portugal acima do ‘lixo’ durante a crise, permitindo o acesso ao programa de compra de ativos do Banco Central Europeu (BCE). Após ter feito um upgrade para grau de investimento em dezembro, a Fitch volta a olhar para Portugal apenas no dia 1 de junho, fechando a primeira ronda de avaliações.

[Notícia atualizada às 22h05]

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