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As 5 burlas financeiras mais comuns em Portugal

Saiba como proteger-se.
28 Abril 2018, 15h30

Face a um corte repentino no salário ou aumentos inesperados nas despesas familiares, vemo-nos perante situações em que temos que aceder rapidamente a empréstimos pessoais. E, caso consiga fazer face às prestações mensais, é sempre uma opção benéfica para enfrentar qualquer eventualidade que possa surgir.

Contudo, a situação piora quando as pessoas possuem o seu nome na lista negra do Banco de Portugal e não conseguem aceder a crédito. Aí muitas viram-se para métodos alternativos de financiamento e caem frequentemente no “conto do vigário”.

Ainda recentemente o BdP identificou algumas pessoas coletivas e singulares não habilitadas a conceder crédito (empréstimos e “sale & leaseback“). No entanto, também aconselha boas práticas para quem não deseja ser “enganado” por fraudes financeiras na internet.

Conheça aqui 5 esquemas online e offline de que se deve afastar:

1) Cuidado com os “falsos amigos” no Facebook
Com certeza que, ao navegar pelo seu Facebook, já encontrou mensagens colocadas em caixas de comentários alheias a “oferecer” crédito em condições aparentemente muito vantajosas. Ou, se calhar, já recebeu mensagens no “chat” de “anónimos” a oferecer-lhe este tipo de serviços.

Pode parecer puro bom senso não responder a estes “cantos de sereia” nas redes sociais, mas a verdade é que o desespero por vezes leva a melhor. Tenha, contudo, em atenção que pode sair da situação pior do que quando entrou. Isto porque, muitas vezes, depois de cair na trama são-lhes pedidos valores para tratar de custos burocráticos e taxas. Tudo começa com valores pequenos para não “assustar” o burlado. Depois, vão pedindo mais e mais, à espera que as pessoas enviem mais dinheiro.

2) Anúncios em jornais não asseguram credibilidade
Os burlões preocupados em fazer passar alguma “aura” de credibilidade às suas manobras muitas vezes utilizam anúncios de jornais. Há esquemas que usam os classificados dos jornais para oferecer crédito e a mensagem deixada procura atrair explicitamente pessoas com problemas bancários, uma vez que são aquelas que menos conseguem crédito pelas vias tradicionais.

Depois, o método funciona de maneira semelhante ao esquema que já descrevemos via Facebook. O suposto financiador pede um determinado montante para honorários, taxas e burocracias e depois desaparece.

3) É preciso muita prudência com empréstimos entre particulares
Os empréstimos entre particulares (por exemplo, entre familiares) são uma prática antiga e até reconhecida legalmente. Como tal, estão oficialmente sujeitos a regras. Por exemplo, para valores entre 2.500 euros e 25 mil euros é preciso uma assinatura de um contrato preferencialmente com as assinaturas reconhecidas por um notário. Para valores superiores a este valor fica necessário um documento oficial reconhecido por um solicitador ou, em alternativa, uma escritura pública.

Recomenda-se, no entanto, que se recorra ao reconhecimento das assinaturas mesmo em valores menores, já que tal pode ser útil em termos de incumprimento. Nestes contratos as taxas de juro não podem ultrapassar determinadas percentagens.

Contudo, há sempre quem recorra a empréstimos “por debaixo da mesa” uma vez que é feito por vizinhos, amigos ou familiares. Mas tal pode levar a histórias com finais infelizes, como prestações mensais a níveis agiotas, cobranças violentas ou desentendimentos familiares.

4) O esquema da pirâmide nunca passa de moda
Aqueles que têm 40 anos ou mais lembrar-se-ão do famigerado caso da Dona Branca. O esquema funcionava nos moldes do conhecido “Esquema de Ponzi”: aqui cada qual ganha dinheiro se trouxer novos “participantes” para a roda, sendo que os novos participantes têm que pagar um determinado montante. Se a pessoa que trouxe, conseguir trazer novos participantes ganha uma pequena percentagem desse valor e assim sucessivamente.

Além de ser considerado ilegal, este esquema pode fazê-lo perder muito dinheiro. Isto porque, no início, normalmente entra-se com um valor elevado que vai sendo “amortizado” à medida que se trazem participantes novos. O problema é quando o esquema rebenta: deixa de conseguir trazer novos participantes e vê que não consegue recuperar o investimento inicial.

5) Escolha bem os e-mails a abrir
De vez em quando, todos recebemos e-mails com ofertas e promoções a preços que parecem demasiado bons para ser verdade. E o problema é que são mesmo: tão bons que é provável que se trate de um esquema fraudulento.

Outra questão é que estes esquemas podem ser bastante mais complexos do que parece à primeira vista. É preciso ter cuidado para não cair no chamado phishing. Tal consiste em enviar e-mails em massa com software malicioso (cavalos de Tróia) com o intuito de roubar dados pessoais que estão armazenados pelo utilizador do e-mail (passwords e afins). E para complicar a situação, muitas vezes estes emails fazem-se passar por instituições de crédito respeitáveis a oferecer produtos atrativos. O melhor é desconfiar e não abrir o e-mail.

A melhor forma para se afastar das más práticas que existem por aí é mesmo manter-se informado. Ler conselhos financeiros não é perda de tempo para quem quer organizar as suas contas, de forma a não contrair dívidas que não pode pagar. Importante é também comparar créditos em instituições credíveis, de modo a encontrar a opção que mais se coaduna com a sua situação.

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