1. O alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre um potencial novo surto pandémico com a Covid-19, a acontecer no outono/inverno é para levar a sério. O verão trouxe abertura nos eventos, festas, restaurantes, encontros de amigos e família, mas as repercussões vão ver-se nas próximas semanas ou meses.

Na Europa, a incidência triplicou nas últimas seis semanas e a reabertura das escolas deverá acelerar o processo de contágio. Isto é um alerta sério para que as autoridades sanitárias monitorizem e evitem o relaxamento a nível de vigilância.

Hoje, temos perturbações sérias em termos da saúde. É do conhecimento geral e fazem manchetes nos jornais. E, fonte bem colocada, assegura-nos que há um problema com os exames complementares de diagnóstico em que o Estado tem um conjunto de protocolos com as entidades privadas. Refere a mesma fonte que já são poucos os hospitais privados que ainda têm margem no protocolo, e isto porque os prestadores de serviços aumentaram preços e o Estado não acompanhou, logo, reduziram a quantidade de serviços.

Voltando ao tema da pandemia constata-se que os números existentes de internados nos cuidados intensivos ainda são baixos, mas a verdade é que há três mil mortos todas as semanas na Europa devido à Covid-19. A vacinação volta a estar na ordem do dia, assim como a manutenção e uso de máscara nos locais que hoje são obrigatórios e, eventualmente, alargar essa obrigação.

Portugal é um país particularmente exposto à pandemia devido à circulação de pessoas via turismo. A atividade turística recuperou em Portugal e cresceu em força no segundo trimestre, e a faturação de turistas externos já está 25% acima dos valores de 2019 para o período relativo ao primeiro semestre.

A informação é da Reduniq e os valores referem-se apenas a fluxo de dinheiro com cartões. Em termos de valores, no final de junho registou-se uma subida de 40% em termos comparativos com o mesmo período de 2019. E, recorde-se, nesse ano foram recebidos cerca de 27 milhões de turistas, duas vezes e meia a população residente.

Claro que toda esta euforia aconteceu numa altura em que o desconfinamento permitiu as viagens quase livres de obrigações e os países do Sul reforçaram as infraestruturas para receberam turistas. Aliás, a Comissão Europeia veio rever em alta o crescimento do Produto luso em 2022, mas antecipa uma quebra em 2023. E, neste aspeto também parece que ninguém quer saber.

No próximo ano, toda esta euforia pode esboroar-se, mas não tenhamos dúvidas de que continuaremos com a pandemia. Teremos doenças, juros elevados e economia a cair. Uma tempestade perfeita, já aqui o dissemos e, sublinhamos, parece que todos assobiam para o lado.

2. Um outro tema que teremos de escrutinar melhor refere-se aos centros de gestão das empresas em Portugal. Não falamos dos centros de decisão que estão longe de nós mas, antes, dos centros de operação da atividade.

O tradicional “country manager” em Portugal está a desaparecer, e não falamos em nenhum caso específico, porque começam a aparecer muitas situações. Esse responsável local está a desaparecer e a decisão da operação, não da estratégica, passou para Madrid, Barcelona, Milão ou Londres.

Este crescimento de reestruturações da gestão parece estar ligado a pequenos mercados, em termos de dimensão, e nem sequer nos safou o facto de, em muitas operações, este nosso mercado ser o mais rentável.