O Millennium BCP emitiu, esta terça-feira, 350 milhões de euros de dívida preferencial a três anos, com uma taxa de juro de 8,5%. Inicialmente, o montante previsto era de 300 milhões de euros, mas o banco acabou por reforçá-lo depois de registar uma procura de 800 milhões de euros.
As obrigações atingem a maturidade a 25 de outubro de 2025, podendo ser alvo de reembolso antecipado depois de 25 de outubro de 2024. Até 2024, as obrigações irão ter um cupão fixo, segundo a ficha técnica divulgada pela “Bloomberg”. Se não for exercida a opção de reembolso antecipado no terceiro ano, prevê-se que a margem do cupão seja fixada a cada três meses.
A emissão foi anunciada na International Financing Review e noticiada pela “Bloomberg”. Mas o BCP, contactado, não comenta.
O Commerzbank, o Goldman Sachs, o JP Morgan, o Millennium BCP e o Natixis são os “bookrunners” da operação.
Os títulos desta nova dívida serão admitidos à negociação na Irlanda, na Euronext Dublin, revela ainda a ficha técnica da operação. O valor unitário de cada título é de 100 mil euros.
A emissão inclui a possibilidade de uma call se o regulador não considerar as obrigações elegíveis para MREL.
O banco tem um plano de funding em execução, tendo em vista o cumprimento do requisito mínimo final de fundos próprios e de passivos elegíveis conhecido como MREL – Minimum Requirements for Own Funds and Eligible Liabilities), ou seja, a almofada de capital bail-inável, que é uma imposição regulatória. Esse plano de financiamento faz parte do Plano Estratégico 2021-24.
Nas contas do semestre, o BCP referiu a execução de uma emissão senior preferred, no montante de 500 milhões de euros em fevereiro de 2021, e de uma emissão, de títulos representativos de dívida social senior preferred, também no montante de 500 milhões, colocada ao abrigo do Euro Note Programme do Banco, no final do terceiro trimestre de 2021, visando, ambas as emissões, o cumprimento dos requisitos designados por MREL. Por outro lado, reembolsou, em final de maio de 2022, uma emissão de obrigações hipotecárias no valor de mil milhões de euros.
O banco liderado por Miguel Maya tem como requisito de MREL, a partir de 1 de janeiro de 2024, de ter um rácio de 23,81% do montante total das posições em risco (TREA), a que acresce ainda o requisito combinado de reservas de fundos próprios (CBR ou “Combined Buffer Requirement”) de 3,5%, assim correspondendo a um requisito total de 27,31%. Já a medida de exposição total (LRE – Leverage Ratio Exposure) exigida é de 6,92%.
Até lá, tem de cumprir com um requisito intermédio de 18,09% do TREA (a que acresce ainda um requisito CBR de 3,25%, assim correspondendo a um requisito total de 21,34%); e de 6,92% da LRE.
“A emissão, no montante de 350 milhões de euros, terá um prazo de 3 anos, com opção de reembolso antecipado pelo Banco no final do segundo ano, um preço de emissão de 100% e uma taxa de juro fixa de 8,5%, ao ano, durante os primeiros dois anos (correspondente a um spread de 5,547% sobre a taxa mid-swaps de 2 anos). No terceiro ano, a taxa de juro resultará da soma da Euribor a 3 meses com um spread de 5,547%”, comunicou esta terça-feira o banco à Comissão do Mercado e Valores Mobiliários (CMVM).
Notícia atualizada às 19h29
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com