O PS espera que os sindicatos dêem “um sinal de que não querem deixar morrer as negociações” com o Governo sobre a contagem do tempo de serviço dos professores, afirmou hoje o deputado socialista Porfírio Silva.
“É preciso que os sindicatos dêem um sinal que não querem deixar morrer as negociações”, afirmou à agência Lusa Porfírio Silva rejeitando que o Governo esteja a desrespeitar compromissos do Orçamento do Estado para contar o tempo do congelamento em futuras progressões na carreira.
O Governo, afirmou, “começou por fazer o que estava no seu programa, o descongelamento das carreiras” e os docentes “estão a sentir e vão continuar a sentir o efeito [positivo] desse descongelamento”.
Depois, surgiu “uma questão nova”, a recuperação do tempo de serviço, que “não estava no programa de Governo e em nenhum acordo”, e que é preciso negociar, “até ao momento” sem acordo.
O executivo, disse ainda o deputado do PS, “propôs a recuperação de quase três anos de tempo de serviço, que não estava em nenhum compromisso e não estava em nenhum plano orçamental”.
Da parte dos sindicatos, alertou, não se viu “nenhum sinal de aproximação” nem foi dado qualquer “passo substantivo que dê uma resposta positiva”.
“Vemos até uma certa rigidez”, comentou.
Na segunda-feira, o ministro da Educação confirmou que os professores não vão ter contabilizado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociações com os sindicatos.
Tiago Brandão Rodrigues confirmou assim que os professores não vão ver contabilizados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociações e que o Governo retira de cima da mesa a proposta para contabilizar cerca de dois anos e nove meses, colocando o ónus da decisão naquilo que considerou ser uma falta de flexibilidade por parte dos sindicatos para aproximar posições.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, já admitiu que, perante o cenário de “chantagem”, os professores admitem avançar com uma greve aos exames nacionais, às aulas e a tarefas burocráticas como o lançamento de notas.
À tarde, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE) anunciou que iria propor aos restantes sindicatos de professores a convocação de uma greve aos primeiros dias do próximo ano letivo, depois de uma reunião que classificou como “uma amarga deceção que confirma as piores expectativas”.
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