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China: Idosos deixam as cidades em fuga à Covid

As famílias estão a enviar os idosos para lugares remotos, tentando ganhar enquanto não surgem vacinas que sejam mais eficazes que as produzidas na China. O governo já comprou milhares de doses na Alemanha.
24 Dezembro 2022, 22h00

Um pouco por toda a China, aqueles que o podem fazer estão a retirar os parentes idosos das grandes cidades para os proteger à onda de COVID-19 que atualmente atinge o país. Desde que as autoridades começaram a suspender as rígidas restrições do Covid na China, no início de dezembro, surgiram várias evidências de uma nova ondas e relatos de hospitais sobrecarregados de pacientes e crematórios sem capacidade para acompanhar o fluxo de corpos que chegam às suas portas.

Nas cidades de Fuzhou e Xangai, contam as agências internacionais, o fluxo de saída tem sido evidente, com idosos a irem para o campo ou para comunidades menores para escaparem à onda.

Os idosos são especialmente vulneráveis ​​à infeção e na China cerca de dois terços das pessoas com 80 anos ou mais foram vacinadas, o que não é considerado suficiente pelos padrões europeus. As taxas mais baixas de vacinação entre os idosos podem ser parcialmente atribuídas à estratégia de vacinação chinesa no início da pandemia, quando as vacinas foram inicialmente priorizadas para trabalhadores essenciais para garantir que a economia não iria parar em caso de grandes surtos.

No momento em que grandes segmentos da população idosa estavam a ser vacinados, as autoridades introduziram a estratégia Covid-zero e o sucesso inicial do sistema retardou novamente a vacinação dos idosos.

A Covid-zero manteve os idosos protegidos durante quase três anos, mas também significou que nenhuma imunidade foi conseguida entre essa população. Agora, com a rápida reabertura da sociedade chinesa, milhões de pessoas estão mal protegidas contra infeções graves.

A narrativa oficial é que abandonar a estratégia de Covid-zero será bem-sucedida. O diretor do Centro Nacional de Doenças Infeciosas, Zhang Wenhong, disse, citado pelos jornais, que visitou vários lares de idosos em Xangai e que o número de pessoas com sintomas graves é baixo – esperando que o pico de infeções seja atingido em uma semana.

A China avançou oficialmente 4.128 novos casos sintomáticos na sexta-feira passada e nenhuma nova morte. Mas estes dados parecem contrastar com relatos surgidos nas redes sociais, que dão conta de hospitais com capacidade esgotada e um número de mortos em crescendo.

Entretanto, o governo chinês está à procura de encontrar onde comprar vacinas que sejam mais eficazes que aquelas que estão a ser usadas em maior número. A vacina chinesa parece não ter sido um sucesso assinalável. Segundo os jornais alemães, a China terá contactados as autoridades do país para tentar encontrar uma alternativa.

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