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Bolsa de Lisboa cai quase 2% em dia ‘vermelho’ por toda a Europa e EUA

“Mercado nacional encerrou em ligeira baixa, revelando tal como na semana passada uma ‘overperformance’ face aos pares europeus”, explicam os analistas do BPI, que apontam para o BCP, Jerónimo Martins e NOS como pior ‘performers’.
Paulo Whitaker/Reuters
25 Junho 2018, 17h18

O ‘vermelho’ foi a cor predominante nas bolsas globais esta sexta-feira, graças a novas investidas na guerra comercial. Em Portugal, o índice de referência PSI 20 fechou a perder 1,91% para 5.569,17 pontos, com apenas cinco das 18 cotadas em terreno positivo.

“O mercado nacional encerrou em ligeira baixa, revelando tal como na semana passada uma overperformanceface aos pares europeus”, explicam os analistas do BPI. “O BCP, a Jerónimo Martins e a NOS estiveram entre os piores performers, penalizando a bolsa portuguesa”.

O banco perdeu 1,30% para 0,265 euros, enquanto a retalhista caiu 1,25% para 13,0150 euros e a operadora 2,17% para 4,696 euros. Ainda em destaque pela negativa estive ainda a Navigator, que recuou 1,06% para 5,135 euros, prolongando as perdas da semana passada, relacionadas com a desvalorização do dólar. A Galp cedeu 0,87% para 15,950 euros a reagir à descida do preço do petróleo.

Em sentido contrário, a EDP Renováveis distinguiu-se pela positiva. A eólica subiu 0,48% para 8,365 euros, após ter atingido um novo máximo histórico nos 8,5200 euros. A EDP ganhou 0,15% para 3,40 euros depois de o jornal Expresso ter noticiado que a equipa de gestão da eléctrica iniciou uma série de visitas a investidores institucionais para os convencer que a contrapartida oferecida pela China Three Gorges é demasiado baixa. Os CTT avançaram 1,19% para 3,054 euros.

“Os mercados europeus terminaram em baixa, com todos os setores em queda.  As tensões comerciais entre os EUA e a China mantiveram-se no centro das atenções”, assinalam os analistas do BPI.

Entre os principais índices europeus, o Euro Stoxx 50 perdeu 1,90%. O alemão DAX afundou 2,43%, o francês CAC 40 recuou 1,92%, o espanhol IBEX 35 desvalorizou 1,74%, o italiano FTSE MIB tombou 2,36% e o britânico FTSE 100 caiu 2,27%.

No domingo, o Wall Street Journal noticiou que o Departamento do Tesouro estará a planear uma série de medidas sincronizadas com o intuito de condicionar o programa chinês Made in China 2025, que prevê que este país se torne o líder tecnológico mundial nessa data.  Donald Trump usou também o Twitter para ameaçar os parceiros comerciais dos EUA a abandonarem as práticas protecionistas sob pena de novas medida.

“Consequentemente, os produtores de matérias-primas (cuja exposição à China é bastante significativa) lideraram as perdas, com desvalorizações superiores a 2%. Também os fabricantes de automóveis encerraram com desvalorizações relevantes, ainda como reflexo da ameaça do Presidente Americano na 6ª feira de impor tarifas de 10% sobre as importações de automóveis europeus”, acrescentam.

No mercado cambial, o euro valorizou 0,40% para 1,1698 dólares.

Os juros das dívidas soberanas nos países da zona euro subiram, em reação a novos desenvolvimentos políticos em Itália. A yield da dívida portuguesa a 10 anos avançou 1,4 pontos base para 1,834%, enquanto a de Itália subiu 13,2 pontos para 2,826%. Por outro lado, a yield das Bunds alemãs recuaram um ponto para 0,327%.

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