A Comirnaty, vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech contra a Covid-19 registou, em 2022, uma procura recorde que se traduzirá num valor de vendas na casa dos 37 mil milhões de dólares, o correspondente a 34 mil milhões de euros, revela o último relatório da empresa de dados e análises GlobalData sobre a Covid-19.
Segundo o estudo, é esperado que esta vacina mantenha o domínio das vendas que atingiu durante a pandemia, com a previsão média anual a aumentar 19% entre o primeiro e o segundo semestre de 2022.
“As vendas da Comirnaty em 2022 apontam para um aumento de 8%, provavelmente devido ao facto de a Pfizer ter fechado um acordo de 3,2 mil milhões de dólares com o governo norte-americano para fornecer 105 milhões de doses para uma campanha de vacinação no outono”, adianta Kevin Marcaida, analista da GlobalData especializado na área farmacêutica. Este acordo, acrescenta, também “oferece aos EUA a opção de adquirir 300 milhões de doses adicionais, incluindo uma mistura de doses para adultos e crianças, o que poderá aumentar as vendas futuras se a opção for usada”.
As previsões dos analistas apontam para um aumento de 16% das vendas em 2023, devido às aprovações, no terceiro trimestre de 2022, da utilização como reforço da vacina “bivalente” dirigida às linhagens B.A.4 e B.A5 da variante Ómicron em regiões como os EUA, Japão e Reino Unido, bem como à aprovação da Comirnaty para uso pediátrico em crianças dos seis meses aos 11 anos nos EUA, Japão e outras geografias.
A longo prazo espera-se que a Comirnaty continue a sua força ascendente, com as previsões a apontarem para vendas acima dos 20% no período entre 2024 e 2027. Os analistas da GlobalData explicam o facto com o anúncio da Pfizer de que os preços nos Estados Unidos vão quadriplicar em 2023. A dose da vacina passará dos atuais 30 dólares, valor médio, (28,3o euros) para entre 110 a 130 dólares/dose (€103,58 – €122,42). A medida estará alinhada com o esvaziamento do stock de vacinas dos EUA ao longo da transição para um modelo privado no combate à Covid-19.
“A Comirnaty provavelmente continuará a ser a vacina contra a Covid-19 mais vendida no mundo, apesar da esperada diminuição das vacinas à medida que as pressões pandémicas diminuem. O maior volume de vendas poderá ser atribuído à aprovação do reforço para a variante Omicron e a sua aprovação para uso pediátrico, o que provavelmente aumentará as vendas no curto e médio prazo”, explica Kevin Marcaida. Tudo isto, acrescenta, combinado com o movimento de aumento dos preços nos EUA, poderá levar a um aumento da receita a longo prazo.
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