As medidas contempladas na Agenda do Trabalho Digno aprovada no Parlamento vão causar dificuldades a “algumas empresas” no cumprimento dos aumentos salariais que foram debatidos em sede de concertação. Em causa está a “exigência” daquilo que foi determinado, assim como a “adulteração de algumas matérias”. De acordo com o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a situação vai gerar “entropia” no seio das empresas.
Numa entrevista concedida à “Antena 1” e ao “Jornal de Negócios”, António Saraiva sublinha que os parceiros sociais agiram de “boa-fé” ao assinarem o Acordo de Rendimentos, partindo do princípio que para votação avançariam unicamente as 64 medidas discutidas em sede de concertação, ao invés das 86 que acabariam por ser votas e aprovadas. Neste contexto, refere o primeiro-ministro António Costa “não tem mão” no grupo parlamentar do Partido Socialista (PS).
A CIP vai reunir com o chefe de Governo na terça-feira, 28 de fevereiro, tendo por objetivo apresentar a sua perspetiva sobre as a decisão a apresentação das medidas que não foram debatidas com a CIP. O presidente da confederação espera que António Costa reconheça a adulteração das medidas e trabalhe para que o impacto das mesmas possa ser minimizado ou até anulado.
Sem querer dizer que decisão poderá ser tomada na sequência da mesma reunião, o responsável recorda que, no passado, os parceiros chegaram a optar pela suspenção da sua participação na concertação social. Na altura, ao pacote de alterações à Agenda do Trabalho Digno apresentado na concertação, o executivo adicionou quatro medidas que não haviam sido discutidas com a confederação.
António Saraiva vai deixar a liderança da CIP, que tem eleições marcadas para dia 30 de março e a tomada de posse agendada para 12 de abril.
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