Há a suspeita de que, de novo, o investimento esteja a ser usado como instrumento de controlo das contas públicas. Por isso, não se pode confiar na meta governamental de aumentar o investimento em 37% no próximo ano.
Perante a atual conjuntura económica, com inflação em alta, a subida dos preços da energia, a guerra na Ucrânia, antecipa-se que a incerteza não ajudará ao investimento. Os sinais não são bons.
Rubrica do investimento tem vindo a ser consecutivamente sobre orçamentada, com uma execução a rondar os 80% desde 2015. Ambição para 2023 é grande, mas dificuldades são muitas e conjuntura incerta pode piorar a situação.
António Nogueira Leite detetou sinais preocupantes quanto à inflação ainda no ano passado, mas considera que a política do BCE envia sinais positivos aos agentes europeus. Em Portugal, há almofada financeira para acomodar incerteza de 2023, mas investimento tem de recuperar.
O pacote de Bruxelas deveria ter um impacto transformador na economia nacional, mas o seu pagamento tem-se vindo a atrasar. Montante já era de difícil execução e cenário vai-se agravando.